Por Paulo Sérgio Santos Rocha*
A educação das crianças e jovens está cada vez mais complicada, pois, a maioria das famílias não assume este papel, os professores acabam assumindo essa responsabilidade, o que se torna um eterno conflito entre pais e educadores.
Os pais de hoje, que foram educados numa época em que se tinha mais limites e controles tendem a ser mais liberais com os seus filhos, e isto se reflete também na escola com alunos que não tem um mínimo de respeito com o professor. Uma criança criada sem normas tenderá a ser um adulto rebelde. Autor do 2º artigo mais compartilhado na Face book em 2011, o americano o professor americano Ron Clark diz que pais desrespeitam regras de escolas, pondo em risco futuro dos filhos. Para o mestre, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição, assim que surge uma nota baixa ou advertência, invadem a sala de aula culpando os docentes protegendo os seus filhos. “Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Tem pai ou mãe que só aparece na escola em duas ocasiões, no início e no fim do período letivo, para reverter essa situação o trabalhador que precisar faltar ao trabalho para participar de reunião na escola de seus filhos, uma vez por semestre, poderá ter a ausência abonada, sem prejuízo do salário. A medida consta de projeto (PLS 620/ 2011) de autoria da senadora Lidere da Mata (PSB-BA), aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Fonte: www.senado.gov.br
Muitos pais atribuem a responsabilidade da educação somente para a escola, se esquecem que os primeiros ensinamentos da criança ela recebe em casa. A escola, principalmente, a pública não tem uma estrutura para tratar este problema. Neste mundo capitalista, em que é preciso trabalhar, muitos pais gastam toda a sua energia na busca do sustento, de modo que falta disposição para se dedicar e dialogar com as crianças e transfere-se toda a responsabilidade para a escola. Observa-se isso nas tarefas de casa, onde a maioria das crianças não faz. Até mesmo famílias de melhor poder aquisitivo se esquecem de dar atenção aos seus filhos, cobrem essa carência enchendo as crianças de presentes, de maneira que, se a família não faz o seu papel, como querer que a escola faça sozinha. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) consagra, em seu artigo 19 que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. "Por aqui, os pais perderam a habilidade de impor limites a seus filhos. Agora, tentam impor limites à escola, interferindo na atividade dos professores", diz a educadora Tânia Zagury, autora do livro Escola sem Conflito: Parceria com os Pais. De acordo com uma pesquisa realizada pela escritora, 44% dos professores apontam a ausência de limites como causa principal da indisciplina em sala de aula: um quinto dos profissionais responsabiliza a família pelo problema. Fonte: www.veja.abril.com.br
Portanto, para que seja superada esta tensão entre pais e professores é necessário que a família procure impor limites e controle os seus filhos. Busque também dialogar com os mesmos, cobrar e acompanhar as tarefas de casa. Os professores devem procurar os pais não somente quando o aluno vai mal e sim quando a criança vai bem. Os pais devem evitar falar mal da escola na frente dos filhos, pois, os mesmos perderão o respeito pela instituição. É importante também que tenha regras e punição para os alunos que a desrespeitam. É bom que haja também um compartilhamento de responsabilidade entre pais e educadores. Só assim, com cada um assumindo o seu papel, a relação difícil entre pais e professores estará superada e terão crianças e jovens educadas e felizes.
*Paulo Sérgio Santos Rocha é professor.
