Manifestações: A falta de sintonia dos políticos com a sociedade

28/07/2013 11:09
Por Paulo Sérgio Santos Rocha*

Ultimamente, veem-se manifestações, principalmente de jovens acontecerem em todo o país que começaram exigindo a redução das tarifas de ônibus e o passe livre nas principais cidades brasileiras. O movimento se ampliou, e começaram a exigir a melhoria nos serviços de saúde, educação, segurança, o combate a corrupção e o fim dos privilégios.

Os políticos são eleitos para representar e defender os interesses dos eleitores, no entanto, os mesmos defendem os seus próprios benefícios. Um exemplo disso, é a volta de Renan Calheiros (PMDB) a presidência do senado com o apoio de Dilma (PT), depois de, há seis anos renunciar para escapar de um processo de cassação. Desde o governo Fernando Henrique que se discute uma reforma política, todavia, o que houve foi a implantação da reeleição (proposta casuística e acusada de comprada criada para reeleger FHC) e a fidelidade partidária, onde, o mandato pertence ao partido e não ao candidato.  É um atraso para a nação ter eleição de 02 em 02 anos e a reeleição não pegou, pois, o gestor não trabalha pensando no povo e sim em conseguir um novo mandato.

Para dar uma resposta à sociedade, a presidente Dilma (PT), propôs um plebiscito para a reforma política que passaria a valer para as eleições de 2014, no entanto, líderes partidários afirmaram que não haveria tempo de realizar esta consulta. Foi criada uma comissão com 18 parlamentares para elaborar uma proposta. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), presidente da comissão afirmou que as propostas não valerão para 2014 e é possível que haja uma consulta à população através de um referendo. Na questão da saúde, o governo contratará médicos, inclusive estrangeiros para trabalharem nas periferias das grandes cidades e nos municípios do interior. O governo também propôs que os estudantes de medicina terão que trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúdes (SUS) a partir de 2015, ambas as propostas não são bem vistas pelos médicos. Na questão da educação, falta entrar em vigor o novo Plano Nacional de Educação (PNE) com a proposta de se investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor e a Câmara finalizar a votação dos royalties para a área.

Portanto, é necessário que os políticos entrem em sintonia com o eleitor. Num país em que a maioria da população clama por redução de tarifas e passe livre é inadmissível que o presidente do senado voe em avião oficial para participar de um casamento na Bahia e o presidente da Câmara utilize do mesmo expediente para levar a noiva e parentes ao Maracanã. É importante que o país faça uma reforma política com eleições gerais, voto facultativo, fim das coligações partidárias, voto distrital, financiamento para o partido com controle rigoroso. Que os órgãos de fiscalização e controle funcionem, o Ministério Público denuncie e a justiça puna os corruptos e confisque os seus bens. Que a corrupção se torne um crime hediondo e que a lei da ficha limpa seja mais rigorosa. Só assim, com uma verdadeira reforma política, o combate a corrupção e o fim dos privilégios dos nossos governantes é que se terá um país com mais dignidade para o povo brasileiro.

*Paulo Sérgio Santos Rocha é professor

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