O legado do Papa Francisco

01/08/2013 08:50
Por Paulo Sérgio Santos Rocha                                                    Mais artigos deste autor: Clique

Esteve no Brasil o Papa Francisco onde participou da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. O nome Francisco foi uma dedicação a São Francisco de Assis fazendo referência a sua simplicidade e dedicação aos pobres. É contrário ao aborto, à eutanásia e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Evita aparições na mídia e possui hábitos simples, utiliza transporte coletivo e não freqüenta restaurante, é conhecido por sua postura a favor da justiça social. Francisco assumiu uma instituição em crise onde lutará por reformas na igreja, defende punição rigorosa aos religiosos pedófilos e corruptos e quer uma participação mais efetiva da igreja nas causas sociais.

Percebe-se, que a impunidade, tão presente nos meios políticos e que favorece a corrupção, está presente também na igreja, pois, em janeiro de 2012 veio à tona o Escândalo Vatileaks envolvendo documentos secretos que vazaram do Vaticano que revelam a existência de uma ampla rede de corrupção, nepotismo e favoritismo, de modo que, não é bom para a imagem da igreja está envolvida em casos desta natureza. 

Nos últimos anos, explodiram casos de pedofilia praticados por padres em todo mundo e, a resposta da igreja diante desta situação não foi suficiente para banir esta prática. Como resposta, penas mais duras contra o abuso de menores na Santa Sé a na Cúria (o governo Vaticano) foram tomadas pelo Papa Francisco, o papa modificou o Motu Proprio, o equivalente ao código Penal da igreja. A atualização menciona crimes contra crianças e adolescentes, além do delito de lavagem de dinheiro.  

No mundo, onde a maioria dos jovens não tem referência, o Papa Francisco é um exemplo a ser seguido. Ao chegar ao Brasil, mostrou humildade ao desfilar num carro comum e retirar os vidros laterais do Papamóvel para estar mais próximo dos fiéis. Ao chegar disse: “Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”. Falou para os jovens: nunca desanimem e pediu para as autoridades lutarem por dias melhores para todos, falou que o jovem que não protesta não lhe agrada e para que a igreja não perca mais fiéis é necessária a mesma se aproximar mais das pessoas. Condenou o lobby gay e afirmou: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”

Portanto, para que o Papa Francisco enfrente os novos desafios que a igreja enfrenta é necessário agir com rigor contra os casos de pedofilia e corrupção. A instituição precisa se aproximar dos seus fiéis, condenar o culto ao dinheiro a começar pelos seus dirigentes que vão para as paróquias de carrões do ano. É necessário também que a igreja continue com as reformas e que se atualize com o novo momento em que o mundo vive. É importante também, que a humanidade pratique a mensagem que o papa nos transmite através de sua postura, que se tenha uma vida, onde o importante é ser e não ter. Só assim, a igreja católica enfrentará seus novos desafios e estará mais próxima dos seus fiéis.

*Paulo Sérgio Santos Rocha é professor
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