Por Paulo Sérgio Santos Rocha* Mais artigos deste autor
O governador Wilson Martins (PSB) e o secretário de educação Átila Lira (PSB) começaram a entregar os tablets para os professores da rede estadual de ensino, no entanto, esta medida não resolverá a qualidade do ensino ofertado, pois, falta uma política de formação continuada, existe uma carência de infraestrutura e escassez de tempo para o professor planejar suas atividades, o que torna uma ação ineficiente para as escolas.
Percebe-se uma carência de investimento em programas de formação continuada, principalmente, no uso de novas tecnologias, o que existe são medidas pontuais, que no caso em questão, tem professor que recebeu o aparelho e não participou de nenhum curso de como manuseá-lo, de modo que, o tablet tornará-se uma ferramenta sem utilidade para o ensino. Para o professor da Escola de Engenharia da Universidade Stanford (EUA), Paulo Bliksten o uso de tablets no lugar de livros didáticos pode até piorar o aprendizado dos alunos caso os professores não mudem a maneira como trabalham os conteúdos, revelou em uma entrevista à Folha e o impacto da tecnologia na educação ainda não pode ser medido. O governo não está levando em questão a logística necessária, como será feito os consertos, atualizações e orientações. Fonte: www.1.folha.uol.com.br
Observa-se uma escassez de infraestrutura tecnológica nos colégios, todavia, algumas têm sala de informática que funcionam de forma precária e, alem do mais, inexiste pessoal técnico para operá-los e, o que é mais grave, falta professores de informática, de maneira que, se o sistema de ensino não dá as condições necessárias não é entregando tablets que os problemas da educação estarão solucionados. Tem escolas em que os professores receberam os tablets antes de serem instaladas as lousas digitais e os projetores interativos.
O professor, para melhorar a sua renda se sobrecarrega de trabalho para poder se sustentar, com isso, carece de tempo para realizar atividades extraclasse como preparar aulas e corrigir provas, além do mais, falta incentivo para participar de cursos de capacitação, muitas vezes, o docente, para se qualificar paga do seu bolso e abre mão do seu final de semana, contudo, o governo ainda atrasa a mudança de classe que é um direito.
Portanto, para que se tenha uma boa educação é necessário investir em programas de formação continuada com incentivos para que o docente possa melhorar o seu trabalho. Antes da entrega deste aparelho, o foco deveria preparar o professor e equipar as escolas para que se tenha um resultado satisfatório. É importante que o governo cumpra a redução da carga horária do magistério para atividades extraclasse como manda a lei do piso para que o mesmo tenha mais tempo de se planejar. Atualize a mudança de classe e assine o Plano de Carreiras que resgate os direitos perdidos e valorize a categoria. Só assim, a sociedade terá um ensino de qualidade que trará dignidade para todos os piauienses.
