Bob Marley continua muito vivo...
Por *Landim Neto.
Não se pode dizer que Bob Marley era um profeta ou filósofo, pelo menos no sentido estrito destes termos. Mas, muito vivo como sempre foi, criou verdadeiras pérolas da sabedoria e reflexão, tais como: “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. E: “Sou considerado um louco em um mundo onde pessoas normais constroem bombas atômicas”.
Bob Marley morreu precocemente (agora no sentido estrito do termo), em 11 de maio de 1981, vítima de um câncer. Em 6 de fevereiro último teria completado 67 anos. Propulsor e ídolo maior do reggae, dedicou sua música à denúncia poética contra a opressão, em particular contra o racismo e a exploração genocida da África e dos povos pobres de todo o mundo. Seu canto forte voltou-se também para festejar o amor e tudo o que há de belo na vida.
Engajado politicamente nas causas sociais, Marley ganhou fama como porta voz do Terceiro Mundo, sobretudo depois que visitou pela primeira vez a África, em 1978, bem como após ter sido convidado para cantar na festa de independência do Zimbabwe, antiga Rodésia, em 1980.
Se é verdade que “as pessoas são as ideias e as ações relevantes que constroem e assumem na vida”, Bob Marley – embora “tenha partido” – não morreu. Os pensamentos que difundiu através da música permanecem muito recorrentes no mundo atual. E continuam a levantar muitas discussões.
Em todo o planeta, todos os dias, milhares de pessoas – jovens, adultos, idosos – apreciam e celebram a bela arte do ídolo jamaicano. Canções como Redemption Song, que já foi tocada pelo próprio Marley para plateias com mais de 100 mil pessoas, continuam a entusiasmar muita gente, porque se transformou num hino mundial à liberdade e à reflexão.
“Emancipem a si mesmos da escravidão mental, / Ninguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentes (...) Você não vai ajudar a cantar estes cantos de liberdade? (...) Tudo que eu já possuí [são] cantos de redenção / Estes cantos de liberdade”. Bob Marley continua muito vivo...
*Landim Neto é do Conselho Editorial do Dever de Classe
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