Nem médicos estrangeiros Dilma consegue trazer

30/07/2013 08:05
Por Fabíola Assunção, via e-mail

O Brasil inteiro acompanha a novela da "falta" de médicos no país e o sofrimento que isso traz a milhões de pessoas, em particular nas periferias e milhares de municípios abandonados pelo poder público. É triste, desolador e indignante constatar que, em pleno século 21, muita gente não tenha a quem recorrer quando sofre de uma simples dor de barriga a uma doença mais grave, como um câncer de estômago. E a revolta se agrava quando se sabe que existem milhares de médicos formados em universidades públicas, ou em particulares, mas com subsídios do governo, que simplesmente apresentam as desculpas mais esfarrapadas para não se deslocarem para o interior. Criou-se no Brasil a cultura dos médicos mercenários, que só pensam em enricar e "trabalhar" apenas em capitais ou cidades à beira-mar. Uma indecência. Diante desse quadro, a presidente Dilma, com a inércia que lhe é peculiar quando o assunto é o interesse público, não consegue sequer trazer médicos estrangeiros para amenizar essa situação. Prefere ceder às lamúrias e à ditadura dos homens e mulheres de branco que, hipócrita e cinicamente, alardeiam que não aceitam médicos de outros países porque "se preocupam com a saúde do povo". Canalhas.

Dentre os argumentos fajutos apresentados por esse tipo de "profissional" e suas associações corporativas para não sair das capitais e das cidades de praia, há a alegação de que "a maioria dos municípios não têm estrutura hospitalar para que trabalhem com eficiência. Por isso, não vão. Ora, o que uma pessoa pobre de um muncípio distante quer e precisa, num primeiro momento, é ser ouvida por um profissional acerca dos problemas de saúde que tem. Numa pequena conversa, se o médico tiver um mínimo de preparo, é possível saber se há um problema grave ou não. Na primeira situação, cabe ao "doutor" encaminhar o paciente para um centro mais avançado. E, na segunda, receitar um remédio apropriado para sanar o problema. A anatomia e a fisiologia humana não mudaram. Se médicos conseguiam isso no passado, por que não seria possível agora? Ademais, o simples contato entre um "doutor" e uma pessoa que se sente mal já é motivo de conforto e bem-estar para a segunda.

Voltando à ineficiência do governo Dilma para resolver essa situação, as suas idas e vindas são simplesmente irritantes, porque não há resolução concreta de quase nada. Primeiro, anunciou médicos cubanos. Os "doutores" daqui disseram que era "coisa de comunista", que não prestava. Dilma recuou. Depois disse que ia trazer portugueses e espanhóis. Os "doutores" daqui se apegaram a um tal de "revalida" para também rechaçar a ideia. Dilma recuou. Depois, anunciou uma bolsa de R$ 10 mil para os nativos. Os "doutores" daqui, na sua ampla maioria, disseram que é um salário de miséria. O fato real é que o povo, nesse jogo de empurra entre governo e médicos mercenários, está morrendo, agonizando por todo canto, sem qualquer tipo de assistência médica profissional.

É preciso que a própria população dê um basta nisso. Quando se sair às ruas novamente, é necessário se concentrar em frente às clínicas milionárias das grande cidades e exigir que os médicos respeitem o povo. Ou melhor, é preciso dar uma pressão nos donos dessas clínicas, que exploram inclusive muitos dos seus próprios e elitizados colegas de profissão. É preciso também, acima de tudo, dar um cartão vermelho para essa presidenta Dilma e convocar imediatamente novas eleições gerais no Brasil.

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