O problema do Aécio não é cheirar cocaína ou não

20/10/2014 14:24

Da Redação

Como previsto, a disputadíssima eleição 2014 para presidente da república despencou mesmo para o vale-tudo eleitoral, sobretudo na reta final do segundo turno. É que os dois candidatos são tão semelhantes do ponto de vista do programa que apresentam, aplicam e defendem que os marqueteiros de campanha optaram por atacar supostas condutas individuais de uma ou do outro para tentar angariar mais votos e ganhar o processo.

Sob esse aspecto, Aécio Neves sofre um massacre. Corre de forma muito recorrente em todo o país a história de que "o tucano não pode ser presidente porque cheira cocaína"

Os que creem nisso, em nossa opinião, o fazem por ignorância ou hipocrisia. Não é o suposto uso de cocaína que torna Aécio Neves inviável para assumir a presidência da república, mas sim o que ele defende do ponto de vista programático, politico e ideológico que, trocando em miúdos, está na mesma linha do projeto que o PT, desde 2004, aplica em todo o país. E não se tem notícias que Dilma ou Lula copiem o PSDB porque sejam também cheiradores de pó como petistas dizem que Aécio é.

Assim, quem difunde argumentos desse tipo contra o tucano consegue, certamente, desviar muitos votinhos do candidato. Mas certamente também induz milhões de pessoas a se desviar do que de fato torna Aécio um inimigo da maioria da população: suas ideias e projetos pró ricos, independentemente de se cheira pó ou não. E isto é um contraponto muito favorável ao representante do PSDB.

Por outro lado, é sabido que no Brasil se consome muita droga, sejam lícitas (como alcool ou psicotrópicos comprados em farmácias), ou ilegais, como crack, maconha ou a própria cocaína. As razões são as mais diversas. Mas o fato é que muita gente usa, inclusive muitos dos que ajudam a difundir tal tipo de ataque ao tucano. 

Diante disso, portanto, é descabida essa discussão moralista sobre se Aécio usa ou não entorpecentes. Melhor seria usar espaços de campanha para discutir, por exemplo, por que ele não defende a legalização da maconha, droga considerada mais leve e que ainda continua a encher os cofres de muitos traficantes, dentre os quais simpatizantes (talvez até financiadores) das campanhas de Aécio e da própria Dilma. O problema do Aécio não é cheirar cocaína ou não.

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