Diretora do Banco Mundial ataca Lei do Piso do Magistério e defende mais aulas para os professores

10.12.15  13:10

Da Redação      Imagem: flick senado

Cláudia Costin (foto), diretora global de Educação do Banco Mundial, disse em matéria no sítio da Folha de São Paulo que a Lei 11.738/2008, que instituiu o Piso Nacional do Magistério, é prejudicial aos professores. Alega para tanto que essa legislação obriga prefeitos e governadores a destinarem 1/3 da jornada dos docentes para atividades fora da sala de aula, como elaborar e corrigir provas, por exemplo. Ou seja, para essa burocrata, os docentes têm que ter o maior número de aulas possível, pois, segundo analisa, isto ajudaria a melhorar seus saláriois. Assim, propõe que a Lei 11.738/2008 seja alterada para que aos invés de 1/3 os educadores tenham apenas 1/4 de tempo para atividades fora da sala de aula. 

Esse é só mais um dos muitos absurdos de quem só conhece uma sala de aula através de livros ou tela de computador. 

Ora, mesmo com essa Lei do Piso, os professores públicos brasileiros estão entre os que ganham os pioreas salários em termos globais, e entre os que menos recebem no Brasil, se comparadas suas remunerações às de outros servidores de mesma escolaridade. Em contrapartida, no geral enfrentam salas de aula superlotadas e sem conforto, numa jornada, mesmo também com essa Lei do Piso, muito estafante. Propor mais sobrecarga de trabalho aos professores, portanto, é no mínimo um ato de insanidade e querer levar ainda mais o caos para a Educação Pública. Hoje, são recorrentes os casos de docentes que adoecem e se afastam da sala de aula justamente pelo excesso da jornada que enfrentam no dia a dia.

Cláúdia Costin, com tal declaração, não esconde que está a serviço de governos, que certamente a contratam para dar esse tipo de consultoria de quinto escalão. É ela mesma quem diz, também na matéria da Folha: "Isso (a suposta baixa jornada do professor em sala de aula) encarece muito e reduz a possibilidade de os governos darem aumentos". Aliás, Costin foi secretária de Educação do Rio, na gestão de Eduardo Paes (PMDB). Está explicado.

Diz um velho ditado que onde há fumaça há fogo. Professores e sindicatos que representam o magistério devem ficar alerta. Há sinais de mais arrocho por aí.

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