Vamos à Cuba, Sim

02/10/2015 22:05
Por Ana Paula Romão (Educadora)
Dedico essa breve reflexão à Miriam Brandão (amada sobrinha mia) e a Eulâmpio Dantas, por tudo, mas principalmente por terem ido à Cuba 

Como é bom ir à Cuba! Vamos e voltamos. Trazemos mais do que levamos. A mala volta cheia de ensinamentos: solidariedade independente de fronteiras territoriais, compromisso com o humano e não com o mercado, importância de redes humanitárias, entre tantos outros valores que ressaltam AMOR com o cuidar do outro. O amor ao próximo! Luís Alberto, um jovem piauiense foi e voltou de Cuba. Voltou para trabalhar em seu lugar de origem e escolheu a pobre cidade de Cocal. Agora, a população mais carente vai ser mais bem atendida por vários motivos, por ter um profissional tecnicamente bem formado e humanamente comprometido. Numa concepção de saúde preventiva e não puramente diagnóstica. Mas, se alguém de classe rica que more em Cocal, ou esteja de passagem na cidade, por ventura necessite de cuidados médicos e não consiga acionar o seu jatinho, ou deslocar "helicóptero ambulância", de seu mega plano de saúde mirabolante, o médico piauiense formado em Cuba não se negará a realizar o pronto atendimento. Os médicos brasileiros que se formam em Cuba também trazem e respeitam as marcas de nossa cultura popular. Das nossas parteiras, médicas sem diplomas, mas valorosas em humanismo que nunca deixaram (deixam) ninguém à míngua, como muitos médicos descompromissados que não estão nem aí para a agonia de uma mãe, na hora de dar à luz, nos hospitais urbanos. Estes devem ser filhos de chocadeiras. "Sertão d' Capitão Barbino! Sertão dos caba valente... - ...e dos caba frouxo também (...) - Há, há, há... sertão das mulhé bonita...e dos caba fei' também, ha, ha - Lula! - Pronto patrão. - Monte na bestinha melada e risque. Vá ligeiro buscar Samarica parteira que Juvita já tá com dô de menino (...) Piriri, piriri, piriri (...) Samarica sartou do cavalo véi embaixo, cumprimentou o Capitão, entrou prá camarinha, vestiu o vestido verde e amerelo, padrão nacioná, amarrou a cabeça c'um pano e foi dando as instrução: - Acende um incenso, capitão Barbino....tem fumo de Arapiraca? ...Capitão Barbiiiino bote uma faca fria na ponta do dedão do pé dela, bote. Aproveite a dor, minha fi'a. Aguenta nas oração, muié. [vozes rezando] (...)" . Agora, não bote não coronel. Nos versos entoados de Gonzagão, até o Capitão Zé Barbino, o homem que em tudo mandava na região, o poderoso coronel do sertão tirava o seu chapéu e se rendia à proeza "médica" de Samarica Parteira, deixando de ser o mandão e passando a ser o mandado, até mesmo um coronel desses entenderia o valor de um programa como o Mais Médicos, o valor do Luís Alberto, e de tantos outros jovens brasileiros que ao retornarem ao Brasil devolvem o investimento à sua comunidade de origem. Zé Barbino entenderia, mas os Tucanos não entendem. À direita atual brasileira, consegue ser pior em sua formatação do que nos tempos de outrora. Conseguem se superar no desejo de tentar destruir políticas de inclusão social. Isso porque o ódio de classes lhes domina. Deviam seguir o exemplo do Papa e dos inúmeros jovens brasileiros que já foram à Cuba. Quem pisa no chão, cujo o amor ao próximo foi o significado da revolução, volta melhor como HUMANO!

Envie e-mail

by FeedBurner