TJ-Pi entra em greve geral por tempo indeterminado a partir de 6 de março
Embora com orçamento de mais de R$ 369 milhões em caixa, direção do Tj-Pi se nega a dialogar com os servidores e mantém política de privilégios salariais aos magistrados e comissionados que eles mesmos nomeiam. Categoria decidiu entrar em greve geral por tempo indeterminado dia 6 de março
Da Redação
Os servidores do Tribunal de Justiça do Piauí decidiram entrar em greve geral por tempo indeterminado dia 6 de março deste 2014. Paralisação é a dura resposta que os cerca de 1.400 funcionários efetivos do TJ-Pi dão à intransigência da direção da casa. A presidente do TJ-Pi, desembargadora Eulália Pinheiro, e seus assessores, embora com orçamento de mais de R$ 369 milhões em caixa, preferem manter política de altos privilégios salariais aos magistrados e aos centenas de comissionados que eles mesmos nomeiam, em detrimento da maioria dos que compõem o Tribunal. Ou seja, em vez de negociar o que está sendo reivindicado, de forma justa, pelos funcionários da Justiça, fazem é empurrá-los para a greve.
Reivindicações são fáceis de atender
Os servidores do TJ-Pi reivindicam apenas 6% de correção salarial, praticamente a inflação oficial de 2013 - 5,91%, segundo o IBGE. A categoria quer ainda a realização de um amplo concurso público, vez que há carência de quase 50% no quadro de efetivos da casa, o que vem sendo suprido de forma irregular por pessoal de prefeituras e funções gratiticadas. Fim do nepotismo é também outra bandeira de luta. Se houver pelo menos bom senso por parte da cúpula do TJ-Pi, fica tudo fácil de se resolver.
Nossa Equipe entrou em contato com a assessoria de comunicação do TJ-Pi, que apresentou as velhas desculpas de quem não quer negociar de forma séria com os servidores. Segundo Aline Brito, o TJ-Pi não tem condições de atender as demandas exigidas. Ela nos disse que a média salarial dos funcionários é de R$ 5 mil e que todos já tem um Plano de Salários que assegura reajuste de 4,8% ao ano. Na verdade, nos repassou apenas dados manipulados pela cúpula do próprio Tribunal. O que a direção do TJ-Pi não diz é que essa suposta média salarial alarmada é feita a partir dos salários de desembargadores e juízes de entrância final, que ganham mais de 26 e 25 mil reais, respectivamente. Assim, os servidores estão bastante corretos em decidir pela greve geral por tempo indeterminado, até porque, 4,8% não cobre sequer a inflação oficial do país (5,91%) ou a correção do salário mínimo nacional deste ano, 6,78%.
Espera-se que até a data de início da greve (06.03.2014) a direção do TJ-Pi assuma uma postura diferente e chame os servidores para negociar.
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Imagem da Assembleia que decidiu pela greve. Fonte da imagem: Sindsjus-Pi