Professores: Piso Nacional ou salário do DIEESE?

29/10/2015 16:06

Por Cézar Marcondes Sampaio, Brasília. Vê-se cotidianamente uma grande luta dos professores de todo o Brasil em defesa de melhores condições salariais. Neste sentido, a regra geral tem sido exigir o cumprimento da Lei 11.738/2008, que instituiu o Piso Nacional do Magistério. Mas será que essa política dos nossos educadores está correta? Não seria mais interessante lutar pelo salário do DIEESE, que tem como base legal a Constituição Federal de 1988 e é calculado cientificamente, mês a mês, com base no Índice do Custo de Vida?

Os educadores brasileiros estão entre os profissionais da educação que ganham menos no mundo. Pesquisa neste sentido divulgada em 2014, demonstra que dos 34 países ligados à Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico - OCDE - o Brasil está em penúltimo lugar quando o assunto é remunerar professores. Ganha apenas da Indonésia. E no Brasil, dados de 2015 do G1 indicam que nossos professores ganham em média somente 57% do que ganham seus colegas de outras áreas com a mesma escolaridade.

Ora, como isso pode ser superado se a Comissão de Educação do Senado acabou de aprovar um projeto que promete pagar um piso nacional de R$ 2.743,65 aos professores com jornada dupla de trabalho mas somente a partir de 2018? No serviço federal, e mesmo em várias áreas dos estados e municípios, esse piso nacional do magistério proposto é bem menos da metade do que ganha de início um servidor de nível médio.

Então, para caminhar rumo a uma remuneração mais justa aos profissionais do magistério de todo o país não seria mais interessante revindicar o Piso Salarial do Dieese? Creio que seja mais inteligente não apenas porque esse piso está baseado na constituição Federal. Mas sim porque é calculado, mês a mês, com base no Índice do Custo de Vida. Ou alguém crê que um piso nacional de R$ 2.743,65 para 2018 dará dignidade aos nossos mestres?

Este pode ser um debate longo. Mas tem que ser feito.

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