Professoras defendem VOTO NULO nas eleições do Sinte-Pi e criticam aliança oportunista PT/PSTU

09/06/2013 10:17

As professoras Albetisa Moreira e Sueli Ribeiro nos enviam artigos onde defendem o VOTO NULO nas eleições do Sinte-Pi. As duas avaliam que as chapas lançadas são politicamente iguais e controladas pelos governos do PT e PSB, embora em uma delas (chapa 2) esteja o PSTU e CSP-Conlutas cumprindo o triste papel de tentar iludir pessoas honestas a trocar seis por meia dúzia

Eis os artigos na íntegra:
Artigo 1

Por que votar NULO nas eleições do Sinte-Pi

Por Maria Sueli Ribeiro Lima, professora da Rede Pública Estadual de Educação do Piauí e Municipal de Teresina
 
Caros colegas professores e professoras,

Estamos vivendo um momento ímpar no processo eleitoral do SINTE/PI. Pela primeira vez assistimos a uma campanha descarada, onde o jogo de interesses político-partidários se revela da forma mais desavergonhada possível. Existem duas chapas e nenhuma alternativa viável para os filiados do SINTE/PI, pois ambas representam o mesmo lado, ou seja, o grupo que historicamente comanda o sindicato para defender os interesses dos governos.

A chapa da situação, da professora Odeni, não apresenta nenhuma surpresa, pois há muito sabemos que sua única preocupação é perpetuar-se no comando do SINTE, fato já concretizado e sacramentado pelas manobras que a citada presidente vem fazendo ano após ano, com o aval da maioria dos filiados das regionais que ela controla e manipula. A chapa 2, de “oposição”, é encabeçada por uma dissidente da própria direção atual do SINTE/PI, profª Núbia/PT (aquela que foi para uma audiência sozinha, no Karnak, no governo do PT, mentir em nome da categoria para desvincular a nossa regência de classe). Será que a categoria já esqueceu esse fato? E pasmem: essa dita chapa está sendo apoiada pelo PSTU (que ocupa a vice), partido que apesar de se dizer de oposição, navega no mesmo barco da situação e comunga dos interesses dos deputados petistas e governistas João de Deus e Assis Carvalho. Então, a pergunta é: e os interesses da categoria, quem os defende? Quais as propostas contidas nas duas chapas que interessam aos professores? Como as chapas estão se posicionando em relação às questões fundamentais reivindicadas pela categoria, uma vez que ambos estão do mesmo lado? Qual a crítica que essas chapas fazem em relação ao rebaixamento do piso salarial feito pelo governo da presidente Dilma?

O fato é que nesta eleição estamos sem alternativa, ou melhor, a única alternativa é o VOTO NULO, pois desse modo estaremos dizendo não a esse engodo que ambas as chapas estão fazendo com a categoria, pois todos nós sabemos muito bem do jogo de interesses que está por trás dessa campanha eleitoral; um jogo de cartas marcadas, de final bastante previsível por todos que enxergam para além dos falsos discursos das duas chapas que estão pleiteando a direção do SINTE/PI.

Precisamos ir mais longe e nos conscientizar da necessidade de criarmos uma nova entidade representativa dos professores, visto que no Piauí não temos nenhum sindicato dessa categoria laboral. Precisamos de um sindicato que nos represente e lute em defesa dos nossos direitos e pela qualidade da educação pública. Há tempos essa idéia de criar um sindicato vem sendo amadurecida por um bom número de professores que não acreditam mais nesse sindicato que não tem o menor respeito pela categoria. Agora precisamos colocá-la em prática; não temos mais tempo a perder. Não podemos cruzar os braços e  assistir passivamente ao triunfo de um pequeno grupo que está usando o dinheiro e a boa fé dos filiados para continuar usufruindo das mordomias e benesses, enquanto a categoria fica desassistida no que diz respeito às questões que realmente interessam aos professores e professoras do Estado do Piauí.

Dia 18 de junho, VOTE NULO! 

Artigo 2

As chapas que disputam o Sinte-Pi não representam os trabalhadores! VOTE NULO!

Por Albetisa Moreira, professora da Rede Pública Estadual do Piauí e Municipal de Teresina

Nestas eleições do Sinte-Pi os trabalhadores não estão representados. As chapas encabeçadas pelas professoras Núbia Lopes (PT) e Odeni de Jesus (PSB) representam apenas os mesmos projetos e interesses. Em nenhum momento as duas chapas denunciam os ataques de Dilma à Lei do Piso Nacional do Magistério, principalmente o rebaixamento do percentual de correção para 2013, que caiu ilegal e imoralmente de 21% para apenas 7,97%.

As duas chapas não denunciam também os governos Wellington Dias/PT e Wilson Martins/PSB, que acabaram com o Estatuto do Magistério, a Regência de Classe dos professores e vários outros direitos, como a redução da jornada em sala de aula para quem ingressou na Rede após a aprovação do mísero PCCS da categoria, imposto em 2006. Por que Núbia e Odeni nem tocam nessas questões em suas cartas-programa? Não tocam porque as duas chapas são palacianas.

É preciso esclarecer à categoria também que a chapa 2 não representa as “oposições unificadas”. Uma grande mentira. Núbia é uma dissidente da atual direção, nunca foi oposição. É na verdade ligada até o último fio de cabelo ao deputado João de Deus e ao senador e ex-governador Wellington Dias. Foi ela inclusive quem compareceu pessoalmente ao Karnak, em julho de 2003, para assinar um Termo que deu forças a Wellington para desvincular a Regência de Classe dos docentes com o apoio da direção do Sinte-Pi à qual ela era uma das principais dirigentes, junto com a própria Odeni.

Núbia se associou ao grupo PSTU e Conlutas por mero oportunismo dos dois lados. PSTU e Conlutas, com essa aliança, cumprem o triste papel de voltar para as barras das saias do PT e ir se escorar na CUT, que eles tanto chamam de governista.

Aliás, no Sindserm-The, onde PSTU e Conlutas compõem a direção, o que fazem é assumir uma postura anti greve, traindo a categoria diversas vezes. Na prática, fazem a mesma política de negociação de gabinete da Odeni e Núbia. Por isso se juntaram à segunda nessas eleições do Sinte-Pi.

Além disso, PSTU e Conlutas, ainda em relação ao Sindserm-The, deram um golpe neste 2013 na direção desse sindicato. Alteraram o Estatuto da entidade sem qualquer consulta à base da categoria. E retiraram pelas costas e burocraticamente as funções de pessoas que discordam de suas práticas e métodos exclusivistas e irresponsáveis.

O mais correto seria se juntarem Núbia + Odeni + PSTU/Conlutas num chapão denominado “Bando de Pelegos!.

Dia 18 de junho, VOTE NULO! 

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