Povo egípcio derruba Mubarak

11/02/2011 19:57

Milhões de pessoas comemoram pelas ruas do Egito a queda do ditador. Veja abaixo também no you tube relato do enviado especial do Jornal Opinião Socialista.

O ditador do Egito, Hosni Mubarak, que comandava o país há 30 anos, acaba de renunciar. O anúncio foi realizado pelo seu vice, Omar Suleiman, que também deixa o seu posto. Dezoito dias após o começo da revolução que sacudiu o país e atraiu a atenção de todo o mundo, finalmente cai o ditador que por anos comandou um regime opressivo aliado dos EUA e Israel.

A queda da ditadura de Mubarak ocorre em meio aos massivos protestos que se seguiram ao pronunciamento em que o ditador se recusava a deixar o posto, na noite desse dia 10 de fevereiro. Ocorre também poucas horas após o próprio Exército ter anunciado apoio ao processo de transição defendido por Mubarak e conclamado a população a voltar para casa.

A população, porém, desafiando o governo e as próprias Forças Armadas, continuou nas ruas do país. Milhares marcharam e cercaram os principais prédios públicos do Cairo, além da sede da TV estatal, e sitiaram o palácio presidencial.

Além das massivas manifestações, várias greves estouravam pelo país, exigindo além de reivindicações como aumento salarial, a queda do governo. Os trabalhadores anunciavam também uma greve geral a partir desse dia 12 pela saída do ditador.

Comemoração
Milhões de egípcios comemoram nas ruas a queda do ditador. O correspondente do PSTU no Cairo, Luiz Gustavo Porfírio, relatou o momento em que o povo egípcio foi informado da renúncia de Mubarak. ”Há uma euforia coletiva nas ruas, as pessoas cantam, pulam, os mais religiosos gritam Alah Mabak (Deus é grande), é o momento mais emocionante da minha vida”

Ao que tudo indica, as mobilizações não devem terminar com a saída de Mubarak. ”As pessoas estão mobilizadas, há muita reclamação sobre os baixos salários, o nível de pobreza, há muita insatisfação da juventude, e as pessoas não vão parar, o espírito revolucionário invadiu o coração de todos”, relatou Luiz Gustavo em meio às comemorações nas ruas do Cairo.

Nenhuma confiança no Exército
Durante sua declaração, Suleiman afirmou que Mubarak repassava o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas. O Exército, que ficou até o último momento ao lado do ditador, já sinalizou claramente que fará tudo para manter a essência do regime de Mubarak, ainda que o mesmo não esteja mais no poder.

Nesse dia 10, pouco antes do pronunciamento de Mubarak, o povo reunido na praça Tahrir gritavam “civil, civil, não militar”, diante da possibilidade dos militares tomarem o poder, possibilidade que acabou se concretizando nesse dia 11.  Fonte: Jornal Opinião Socialista

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