Ódio contra Dilma é também reflexo do sentimento machista brasileiro

22/09/2015 16:32

É bem verdade que Dilma, em particular nesse início de segundo mandato, tem feito quase tudo errado. Corta direitos dos trabalhadores, convida reacionários para ministérios e um longo etcétera de equívocos e capitulações direitistas. Como dizem abertamente até mesmo militantes do próprio PT em todo o Brasil, a presidenta continua a jogar gasolina no fogo golpista em ebulição.

No entanto, o ódio destilado contra Dilma não é resultado apenas dos seus erros à frente da presidência da república. Há também muito machismo por traz das agressões (muitas delas chulas) feitas contra a petista.

Um robusto batalhão de “homens” e, lastimavelmente, também de mulheres, creditam os desacertos do governo federal ao simples fato de Dilma ser mulher. Sem cerimônia, muitos e muitas usam a imagem a la Bolsonaro de que ela não tem “pulso” ou “competência” para dirigir um país para sugerir, na verdade, que ela seria incapaz porque não tem mesmo é cunhões.

O preconceito machista contra Dilma até que pode ser explicado a partir de uma certa medida. No Brasil, o número de mulheres eleitas para o parlamento e executivo é historicamente ainda muito baixo. Dessa forma, como assimilar que, de repetente, uma fêmea assuma (e pela segunda vez, o que é mais “grave”) o mais alto comando do executivo nacional?

Compreender, porém, porque há tanto preconceito machista contra Dilma não exime ninguém sensato de combater tal instituição. É possível atacar a presidenta e suas políticas sem, contudo, agredi-la moral e politicamente pelo simples fato de ser mulher. Achincalhes machistas não constroem nada de positivo. Ou seja, não contribuem minimamente para combater de forma consequente os erros do atual governo federal.

É preciso, pois, refutar toda e qualquer citação machista que se faça contra Dilma. Isto é, na prática, combate ações preconceituosas desferidas contra qualquer mulher.

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