O supremo na encruzilhada ao som do blues. Lado B

27/02/2014 17:59

Por Renato Uchoa (Educador)                                Ler mais artigos desse autor. Clique
Robert Johnson, músico americano do Mississipi, morreu aos 27 anos. Teria feito um pacto com o demônio. Tornar-se o grande guitarrista genial que foi. Uma lenda do blues. O encontro foi na encruzilhada das rodovias 61 e 49, em Clarksdale, Mississipi. Uns tantos, a maternidade do blues. À meia noite... Nem todos os gatos são pardos. E nem os ratos. Pela metade, uma garrafa de whisky, mãos cortadas, cordas gastas e envelhecidas da Dobro 1927. Esperando há décadas para soltar os gritos de revolta e indignação, por séculos da escravidão imposta e da segregação a ser quebrada e abolida. Na verdade o (blues) se originou em outras terras, além do mar. Povo caçado, acorrentado e trazido para trabalhar como escravos nas grandes plantações (algodão, tabaco e milho) do sul, a partir de 1619. Louisiana, Geórgia, Alabama e outros cantos, e deles os cânticos nostálgicos. O blues é a voz que não deixou apodrecer a liberdade perdida e a conquistar. Vem junto com os povos escravizados da África. Instalado e entalado na garganta; saudade da terra, pela supressão da liberdade e a tortura física. Guitarra afinada, Johnson tocava de costas para o público. Escondendo o “olhar do diabo” na ajuda das "notas". Ninguém perceber. Alguns afirmam que as canções Crossroads Blues, Me and the Devil Blues são provas do acordo. E não aplicaram a Teoria do Domínio de Fato. Por não existir. Utilizaram a do “Domínio do Diabo”. Não se sabe se Joaquim gosta de blues, Don José Maria Pires, de Zumbir dos Palmares. Não se sabe se conhece Pedro Osmar, Jackson do Pandeiro, Jaiel de Assis, Paulo Ró, Dida Fialho, Livardo Alves, Cátia de Franças, Mozart, Bráulio Tavares, Ivan Santos e tantos outros, que nós outros, aprendemos a amar na Paraíba. Nem muito menos que as camadas dominantes assassinaram Margarida Alves, Nêgo Fuba, Pedro Fazendeiro, João Pedro Teixeira. Vítimas do latifúndio. Que Washington Rocha, Sérgio Botelho, Carlos Alberto, Régis Soares, Anísio Maia, Júlio Rafael, Chico Gato, Darlene, João e José Calistrato, José Maria Gurgel, Ronaldo Barbosa, Valquíria Alencar, Derli Pereira, Genário Macolino, gamenon Vieira, Wilson Aragão, Irlândio Ribeiro, Chico Lopes, Irene Marinheiro, Jaêmio Carneiro, Antônio Arruda, Edivaldo Careca, Leonia Gomes, Sandrinha, Zenito, Almir, Ronaldo Rocha, José Neto, Enildo Paixão, Marcos Meireles, Zé arques, Zuleide, Niete, Idalmo da Silva, José Alves, Edilson Amorim, Vilma Mendonça, Frances Zenaide, Letícia Braga, Joana, Jussara, Benjamim, Isa Aroxelas, Dôra Limeira, Fátima Cartaxo, Ivaldo Gomes, Damião Lucena, Sônia Lima, Edvam Silva, Lourdes Sarmento, Lúcio Flávio, Américo Gomes, Ricardo Pordeus, Clodoaldo, David Coelho, Assis Almeida, Joais, Iremar Matias, Iranir Medeiros, Edinaldo Barbosa, Ednaldo Alves, Antônio Barbosa, Luiz Junior, Vladimir Brito, Décio Alcântara, seu Manoel de Patos, os dois Albertos, João Vanildo, João de Deus, Valter Aguiar, Beto Quirino, Fátima Pessoa, José Cláudio, Fátima Cantalice, Fernando Souza... E muitos mais. Obrigação de lembrar. Com a benção de Don Pelé, Padre Couto, Frei Anastácio, Don Macelo Cavalheira, Vanderlei Caixe e Irmã Marlene, e de Marx, lutaram pela liberdade e pela democracia, que permitiu a Joaquim Barbosa a sua indicação ao Supremo , na cota de Lula. Nenhuma obrigação de saber. Apenas a de defender a Constituição. Deve curtir Lobão, que agora é da banda. Algumas coincidências, não nas contribuições e importância de cada um: Johnson continuará a ser lembrado e reverenciado como um dos mais importantes da música americana. A cidade de Clarksdale também. São milhares do mundo em direção a Encruzilhada. Joaquim trabalha e sonha na outra: Praça dos Três Poderes. É lá que se encontram representadas as camadas dominantes mais retrógadas e reacionárias das Américas. É com elas que Joaquim fez o pacto. Rasgou a Constituição para condenar sem provas. Joaquim começa por J, mas nunca será Johnson. Joaquim no Supremo, de costas para a Constituição, esconde provas: Auditorias, Laudos e as “notas” da utilização das verbas privadas da Visanet. Joaquim, Gilmar Mendes na tira-colo, será muito lembrado agora e pelas novas gerações, como o presidente da mais alta Corte de Justiça do país, em pleno regime democrático, pela quebra da legalidade constitucional. Joaquim fez um acordo com os setores mais reacionários das camadas dominantes para destruir o PT. Não foi no Mississipi empoeirado ao som do blues. Provavelmente, em Brasília à meia noite. E na Encruzilhada dos Três Poderes, nós que defendemos a liberdade, ao som do blues, na próxima semana, a legalidade vai prevalecer no Supremo. A sociedade brasileira vai aguentar as pontas. A democracia agradece.

Ler mais artigos desse autor. Clique

Envie e-mail

by FeedBurner

Mais recentes

04/07/2016 15:58
Da Redação A eterna choradeira de prefeitos e governadores para não cumprir direitos elementares...
01/07/2016 10:45
                         ...
17/06/2016 14:34
Da Redação Professores de estados e municípios têm vários direitos em seus planos de carreira ou...
12/06/2016 12:19
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); (adsbygoogle = window.adsbygoogle ||...
08/06/2016 17:08
Da Redação / Imagens: pixabay e Agência Brasil Dados do Banco do Brasil indicam que a...
08/06/2016 10:02
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Da Redação / Imagens: Fundação Perseu...
01/06/2016 13:16
Da Redação / Imagem: pixabay Segundo o Portal Esquerda Diário, cerca de 46 milhões de pessoas...
1 | 2 | 3 | 4 | 5 >>