O Piso dos Professores e o conluio entre governo, PT e Cnte-Cut para sabotar esse direito dos docentes

20/01/2013 18:36
Desde sua criação, em julho de 2008, o Piso Nacional dos Professores sofreu sucessivos ataques. O primeiro deles veio logo do próprio Lula, quando editou o Projeto de Lei de nº 3.776/2008 para rebaixar a forma de correção do mesmo pelo INPC. Depois, governadores liderados pelo PT e PSDB, aproveitando a deixa lulista, entraram com várias ações para mutilar a Lei que instituiu o Piso. Por fim, como uma pá de cal, a CNTE e CUT se juntam à Dilma e ao resto do bando abertamente e propõem também para 2013 aniquilar com as expectativas de milhares de docentes em todo o País. E tudo para favorecer gestores corruptos e uma política econômica que só favorece os velhos poderosos de sempre. Aos educadores, resta se reorganizarem por fora dessas apodrecidas entidades sindicais governistas

Da Redação

Caiu como uma bomba o anúncio de que o Piso Nacional dos Professores será reajustado neste ano apenas em 7,9%, quase 2/3 a menos do anteriormente previsto, algo em torno de 21%. Docentes em todo o País ainda permanecem sem entender os porquês de uma mudança tão brusca, principalmente porque o governo Dilma, ao tempo em que passou, imoral e ilegalmente, uma guilhotina no Piso, "estabeleceu um aumento na ordem de 23,46% no valor per capita (por aluno matriculado) a ser repassado às redes estaduais e municipais em 2013". Ou seja, muitos se perguntam por que o Piso, que deveria ficar no mínimo em R$ 1.817,35, foi rebaixado para R$ 1.566,64.

O conluio, preparativos para o golpe e o peleguismo da CUT e CNTE

Armou-se um grande conluio contra os professores, coisa mesmo de vigaristas profissionais. A mídia paga de todo o País, ainda em 2012, passou a noticiar que o Piso ia cair vertinosamente por conta do "fraco" desempenho da economia e da "queda" na arrecadação de tributos por parte do governo federal. A "crise internacional" seria a responsável maior, justificavam as redes globo, os estadões e folhas da "vida". Tudo a mando da presidenta Dilma, prefeitos e governadores.

Parelo a isso, governadores e prefeitos golpistas entravam novamente com ações na justiça para mudar e rebaixar o cálculo de correção do Piso, sob a alegação canalha de que não podiam e nem podem pagar o indice previsto na Lei 11.738/2008. O governador petista Tarso Genro, do RS, é o grande líder e mentor dessas iniciativas.

A facada maior nas costas dos professores, no entanto, viria de suas próprias representações nacionais, CNTE e CUT. Embora divulguem de forma velada que o valor real do Piso para 2013 é R$ 2.391,74, dirigentes petistas e governistas dessas entidades passaram também a fazer coro com a retórica de que, com a "crise", o índice para correção do Piso deveria mesmo cair. Assim, se anteciparam em apresentar, eles mesmos, uma proposta de rebaixamento do reajuste para este ano. No XII Congresso dos Trabalhadores em Educação do Piaui, realizado em dezembro de 2012 em Teresina, o dirigente Heleno Araújo, na maior cara de pau, defendeu tal política, hoje em torno de 1% a mais do anunciado agora pelo governo e 12% a menos do que estava previsto anteriormente para correção. Enquanto isso, para tentar confundir os educadores, o presidente da CNTE, Roberto Leão, passou a divulgar uma "greve" nacional de três dias pela Lei do Piso.... Mas só para abril deste ano, quando a política de rebaixamento do governo já estaria devidamente consolidada. Vigarice pura.

O que eles escondem e não conseguem responder

Governo, entidades sindicais pelegas e mídia paga escondem e não conseguem responder, porém, algumas questões bem elementares:

  • A economia brasileira caiu tanto assim, em quase 2/3, que levou ao rebaixamento radical da correção do Piso para bem próximo desse patamar?
  • Se isso é real, por que então o Brasil passou a ser alardeado, em particular a partir de 2012, como a sexta economia mundial, superando até a velha e poderosa Inglaterra?
  • E se houve mesmo um arraso dessa envergadura na arrecadação do governo federal e na economia, por que no Orçamento da União para 2013 está previsto gasto astronômico de R$ 900 bilhões só com pagamento de juros e amortizações junto aos agiotas internacionais das dívidas públicas?
  • E, ainda nessa linha de gastos com os ricaços, por que o governo Dilma torrou em 2012 quase um trilhão de reais com essa mesma agiotagem?
  • E o que dizer também da farra permanente de gastos nos ministérios, em particular com o pagamento de altíssimas mordomias a milhares de comissionados, a maioria sem sequer qualquer função social?
  • Enfim, por que então a "baixa" arrecadação do governo e a "crise internacional" não atingem negativamente também os altíssimos pagamentos dos aliados parasitas do Planalto?

No que se refere aos governos estaduais e prefeitos, todos sabem que nenhum age com transparência em relação aos recursos do Fundeb ou qualquer outro da Educação. Nenhum nunca conseguiu provar, inclusive com base na própria Lei 11.738/2008, que não pode cumprir essa legislação, seja em relação a salários ou horário pedagógico. O que se vê é bandidagem com o dinheiro dessa pasta nas páginas policiais de todo o país.

Quanto à CNTE e CUT, na prática dois fortes braços do governo entre os professores, que interesses teriam em comungar com as desculpas do Palácio do Planalto para rebaixar o Piso dos docentes? Cabe a uma organização sindical que representa trabalhadores aceitar passivamente as políticas de rebaixamento dos direitos de sua base? Não. Se fazem isso, infelizmente, é porque há muito tempo não passam de burocratas, que continuam a falar em nome dos professores enquanto fogem das salas de aula e do cotidiano das escolas públicas. E também porque, embora neguem até à morte, se favorecem de benesses do governo federal e de seus aliados em todo o Brasil, em particular dos governos do PT. 

Resta portanto aos educadores de todo o país se reorganizarem por fora dessas apodrecidas entidades governistas e traidoras. Neste sentido, já há embriões de novas organizações sindicais, como a CSP-Conlutas e Intersindical.Contra o conluio dos vigaristas, a velha luta e organização dos trabalhadores.

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