O capuz do terrorista e a mídia

02/02/2011 02:47

Impressiona o traço característico de violência dos norte-americanos ao longo de sua história. O genocídio praticado contra as populações indígenas nos Estados Unidos, guardando proporções, se compara com o extermínio das nações indígenas da América Latina. Aqui, quanto lá, o massacre se revestiu de intensa brutalidade. A Guerra da Secessão americana, entre eles (norte x sul), consolidação da truculência que seria estendida aos povos de várias nações por séculos.

A supremacia da barbárie americana escolhe os alvos em 1945, no final da 2ª Guerra Mundial: Hiroshima, em seguida Nagasaki, cidades do Japão. Constituíram o palco para o lançamento criminoso das bombas atômicas que mataram e marcaram com feridas profundas, mais de 500 mil pessoas, em grande parte, idosos e crianças. A potência da bomba liberou uma onda de calor de 5,5 milhões graus Celsius. Acrescentem-se ventos de 385 km/h, arrastando tudo e a todos. Estima-se que no momento da explosão (Hiroshima) morreram 90 mil pessoas. Ato desumano, desnecessário, a guerra já estava definida em favor dos aliados.  

No Vietnã francês e americano, outros povos invasores, não levaram em consideração as lições da história. Os franceses antes, na batalha de Dien Bien Phu, cidade que deu nome a batalha, em 1954, foram banidos. Região rica na produção de arroz, vital na alimentação dos que participaram da luta contra o colonialismo francês. Depois os americanos, após anos de dominação, foram derrotados por um professor: Vo Nguyen Giap, conhecedor profundo das guerras, o grande estrategista da vitória. Escolhido por Ho Chi Minh organizou um exército de camponeses, plantadores de arroz e derrotou o maior poderio bélico do mundo. Importante registrar que o governo americano, em tonelagem, jogou uma quantidade de bombas maior que todas as da 2ª Guerra Mundial. Destroçaram o país com armas químicas, biológicas. Praticamente todos os povoados do norte, mudaram cursos de rios, queimaram as aldeias e florestas com napalm (com mais de um milhão de mortos).

No Afeganistão, ontem os ingleses. No futuro, mais uma vez serão expulsos juntamente com os americanos. Por mais criminosos e aterrorizantes sejam os bombardeios que massacram civis adultos e crianças. Urgente se faz uma reflexão do que efetivamente acontece nesses países, principalmente a partir de 2003 com a invasão do Iraque, envolvendo sistematicamente o assassinato de grande parte dos intelectuais, cientistas, pesquisadores, professores, jornalistas, entre outros. O saque é profundo com a destruição do patrimônio histórico e cultural, séculos de história, acervos bibliográficos incalculáveis. Horripilante. Um dos maiores crimes contra a humanidade. É crime de guerra. Praticado a luz de todos os dias. Nas ruas, vilas, cidades, nas prisões Guantánamo (Cuba) Abu Ghraib Iraque, fechada em 2006, a tortura se alastrou como método de interrogatório.

Barak Obama, novo presidente americano, ao contrário do que parecia, mantém a mesma estrutura de terror da era Bush. Difere no aumento das tropas para completar o extermínio. A festa para as empresas controladoras das jazidas de petróleo continua. As exaustivas inspeções técnicas comprovaram: o Iraque não possuía as armas de destruição em massa, pretexto para invasão. Os terroristas, para inúmeras pessoas do mundo inteiro, estão sem o capuz: George W. Bush, Donald Rumsfeld e tantos são responsáveis pelo estado de terror implantado no Afeganistão e no Iraque. A mídia se mantém calada, assiste passivamente, vestida de cor marrom, os crimes mais hediondos contra a humanidade.

Renato Uchôa

(Educador)

 

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