Jornada das Mulheres denuncia violência e uso descontrolado de agrotóxico

01/03/2011 23:09

 Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina iniciaram mais uma semana de mobilizações em todo Brasil. Neste ano, as ações, conhecidas como “Jornada Nacional de lutas das Mulheres” – e que acontecem devido ao 8 de março, dia da mulher –  têm entre os objetivos denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras do país e a violência contra a mulher.

Nesta terça-feira (01), aproximadamente 1 mil mulheres ocuparam o pátio da empresa Braskem, do grupo Odebrecht, na região metropolitana da cidade de Porto Alegre (RS). Elas pretendem alertar a população de que o plástico verde produzido pela empresa é feito à base de cana-de-açúcar, que é tão nocivo e poluidor quanto o plástico fabricado à base de petróleo. Para elas, além de poluidor, o plástico irá intensificar a proliferação do monocultivo, a ampliação das sementes modificadas, o uso de agrotóxicos e a concentração de terra.

Para a integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Patrícia Prezotto, a jornada evidência que os camponeses não concordam com o modelo de desenvolvimento das grandes empresas, tendo em vista que elas buscam somente o lucro, fato que prejudica grande parte da população do país, principalmente as mulheres.

“As mulheres da Via Campesina a cada 8 de março mostram que esse modelo do capital explora cada vez mais a força de trabalho. Essa exploração é feita através da violência cívica, da violência patriarcal, entre outras. Vivemos em uma sociedade machista , por isso, a cada 8 de março vamos reafirmar nossas lutas.”

Como parte da jornada, nesta segunda-feira (28), 1,5 mil mulheres ocuparam a multinacional Veracel, no município de Eunápolis (BA). A empresa possui cerca de 205 mil hectares de terras no estado, sendo cerca de 96 mil hectares de monocultura de eucalipto, para produzir celulose.

De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.

01/03/11

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