Iraque: sete anos depois, Otan anuncia encerramento da missão

14/12/2011 11:46

 

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai encerrar os sete anos de missão de treinamento de tropas no Iraque no final de dezembro, informou a aliança segunda-feira, numa decisão que vai coincidir com a retirada dos soldados dos Estados Unidos do país.

Iraque

Segundo o presidente da Otan, a organização treinou mais de 5 mil militares e 10 mil policiais em sete anos no Iraque

A medida segue o anúncio do presidente dos EUA, Barack Obama, em outubro, de que as tropas norte-americanas voltarão para casa no final do ano, depois que negociações para manter milhares de oficiais no Iraquecomo treinadores fracassaram devido à condição de Washington de que as forças dos EUA deveriam ter imunidade nos tribunais locais.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que a decisão de encerrar a missão, iniciada em 2004, foi tomada em uma reunião de embaixadores da aliança em Bruxelas, na Bélgica.

Uma autoridade da Otan afirmou que as negociações com o Iraque caíram num impasse sobre a mesma questão de jurisdição.

–Um acordo sobre a extensão deste programa bem-sucedido não foi possível, apesar das firmes negociações conduzidas ao longo de várias semanas–, disse Rasmussen em comunicado, acrescentando que a Otan continua comprometida com uma futura cooperação com o Iraque.

Ele declarou que a missão da Otan ajudou a desenvolver uma força de segurança multiétnica mais sustentável, treinando mais de 5.000 militares e 10.000 policiais no Iraque nos últimos sete anos.

A Otan também forneceu cursos para cerca de 2.000 funcionários iraquianos nos países da Otan e disponibilizou mais de 115 milhões de euros em equipamento militar e 17,7 milhões de euros em doações.

As tropas dos EUA deixarão o Iraque até o fim do ano, quando um pacto de segurança bilateral expira, quase nove anos depois da invasão norte-americana que tirou Saddam Hussein do poder.

Autoridades dos EUA haviam pedido que cerca de 3.000 soldados do país ficassem no Iraque, mas o governo iraquiano não tinha condições políticas para pressionar por qualquer acordo sobre imunidade no Parlamento.

Cerca de 200 treinadores dos EUA, no entanto, participarão de uma cooperação de segurança e 700 instrutores civis vão ajudar a treinar forças iraquianas a operar novos equipamentos militares.

Fonte: Correio do Brasil, 14/12/2011

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