Ir às ruas de Teresina por um transporte público sem tarifas e estatal!

01/08/2013 10:48
Por Sérgio Henrique*

No dia 9 de julho deste ano realizamos uma audiência pública entre o Poder Legislativo de Teresina e os/as estudantes da UFPI, com a presença do Superintendente da STRANS, o senhor Pang Yen Shiao. No plano de campanha da luta anticapitalista, a política por dentro das instituições é uma tática importante para a estratégia geral, e numa democracia, mesmo se burguesa, o apropriado para o povo é procurar os espaços de poder que nominalmente representam-no. Temos consciência da qualidade de representação hegemônica que o Poder Legislativo de Teresina exerce, sobretudo porque fazemos política por dentro das instituições, num movimento de negação.

Por outro lado, o campo privilegiado de impulsionar as mudanças sociais são as ruas. As classes dominantes nunca cedem sem as pressões das ruas, e no caso do sistema de transportes de Teresina, não é possível derrotar totalmente os empresários, mas é possível que o poder público seja obrigado a conceder parcialmente a proposta radical que seria a tarifa zero para a classe trabalhadora. São os trabalhadores e as trabalhadoras que produzem as riquezas da cidade, seria muito justo se existisse um sistema de transporte público custeado pelos recursos gerados pela atividade econômica do município, e ainda seria justo que as juventudes da classe trabalhadora pudessem ter o direito de ir e vir garantidos por este sistema.

A CUT e principalmente o setor mais combativo do movimento sindical de Teresina devem assumir suas responsabilidades diante da questão social dos transportes coletivos e se aliarem aos demais movimentos sociais na realização de um calendário de lutas contra o SETUT e de discordância com a concepção de mercantilização do transporte coletivo da prefeitura de Teresina. O Transporte para os cidadãos e cidadãs deve ser concebido como um direito social justificado pelos impostos pagos ao Poder Público, oriundos da atividade econômica, ou mesmo os impostos pagos diretamente pela população.

É óbvio que teremos que difundir essa lógica entre os usuários do sistema, e só conseguiremos isso com uma intensa campanha de convencimento nas universidades, nas escolas, nos locais de trabalho, com as associações de moradores, com os grupos religiosos, enfim, com todos os setores que não seriam contrariados com essa proposta. A oposição dessa proposta surge a partir dos interesses dos donos de empresas de ônibus urbanos e de alguns vereadores que tiveram suas campanhas eleitorais financiadas com dinheiro doado por estes empresários, fato que hegemoniza a lógica de mercantilização do transporte na Câmara Municipal.

É importante lembrar que essa relação entre empresários e uma parte política de Teresina foi sistematizada nos governos do PSDB na prefeitura e suas maiorias na Câmara. De nossa parte na política, as necessidades nos exige o máximo de empenho possível para convencermos o povo a ir às ruas de Teresina por um transporte público sem tarifas e estatal. Para tanto, é imprescindível a direção do sindicato dos/as rodoviários/as; dos diretórios de estudantes; das entidades de estudantes secundaristas; dos movimentos comunitários; das centrais sindicais; e dos partidos de esquerda. Vamos à luta nas ruas, pois é neste espaço que somos a maioria.

*Sérgio Henrique é militante da Articulação de Esquerda e Secretário da Juventude do PT de Teresina.

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