Greve das federais passa de um mês e governo Dilma se nega a negociar com os docentes
No domingo, 17.06, completou um mês que os professores das Institições Federais de Ensino iniciaram uma greve geral em todo o país. Até o último 15.06, 56 delas tinham aderido ao movimento. E há indicativo ainda de paralisação nas universidades federais de Minas Gerais e Pelotas. Milhares de estudantes são prejudicados Brasil afora. Enquanto isso, o governo Dilma se limita a adiar as negociações e gerenciar a velha política econômica que só favorece os ricos
Da Redação
Passou de um mês a greve das Instituições Federais de Ensino em todo o país. Segundo o Andes, movimento já é um dos mais fortes da categoria nos últimos anos. A adesão é muito ampla . Até o último dia 15.06, diversas universidades haviam parado, como as federais do Amazonas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Piauí e Bahia, 56 no total. Ver lista completa.
Reivindicações são modestas
Bem ao contrário do que dizem o governo e setores claramente tendenciosos da chamada mídia burguesa, a la Rede Globo, as reivindicações dos professores são bastante modestas. "O ANDES-SN propõe uma carreira com 13 níveis, variação remuneratória de 5% entre níveis, a partir do piso para regime de trabalho de 20 horas, correspondente ao salário mínimo do DIEESE, atualmente calculado em R$ 2.329,35". Grifos nossos. Além disso, os docentes querem melhores condições de trabalho nas IFES. Ler íntegra de nota do Andes-SN.
Basta comparar esse salário inicial proposto pelo Andes-SN com o que é pago inicialmente em vários outros órgãos do serviço público no país e vê-se de forma clara que os professors não estão querendo nada de mais.
As desculpas e as velhas políticas de sempre...
O governo Dilma e seu ministro Mercandante, ambos do PT, tratam essa greve nacional com os mesmos métodos dos governos anteriores. Alegam que não há dinheiro e que os professores já estão muito valorizados. Apelam ainda para a crise na Grécia e outras
desculpas que, em nada, ficam a dever aos governos FHC, Itamar, Collor ou Sarney. Até o reacionário e surrado discurso de que "não negociam com grevistas é também posto em prática. Por isso vivem a desmarcar as reuniões que mesmo prometem.
No entanto, os professores, estudantes e cada mais setores da sociedade percebem que a falta de dinheiro para investir em educação pública e no setor social é oriunda da política econômica criminosa que o governo Dilma dá continuidade. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, neste 2012 o governo federal prevê gastar 47,19% do Orçamento Geral da União apenas com pagamento de juros e amortizações da Dívida Pública, o que corresponde a mais de um trilhão de reais e só favorece banqueiros e grandes empresários. Para a educação, porém, o percentual previsto desse mesmo orçamento é de somente 3,18%. Reside aí, nesse tipo de política, a razão maior para que os IFES estejam com suas atividades paralisadas.
Mais farra com o dinheiro público
Além da farra que propicia aos banqueiros e grande empresários, Dilma gerencia também os altíssimos salários de uma minoria de sanguessugas da chamada república. Ela própria recebe salários de mais de R$ 26 mil, junto com ministros, deputados federais e senadores. E ainda querem mais. Foi aprovado no último 9 de maio na Câmara Federal projeto que eleva salários dos ministros do STF para R$ 32.147,90, retroativo a 1º de janeiro deste ano. É assalto por cima de assalto. E tudo dentro das leis que eles mesmos criam.

A sociedade brasileira exige que o governo Dilma mude radicalmente essa sua política econômica e negocie com os professores em greve. É inadmissível que a "sexta economia mundial" trate a educação pública de forma tão irresponsável.
Todo apoio às lutas dos profissionais das IFES.
Nota: os dados das tabelas 1 e 2 estão contidos em editais de concursos públicos abertos recentemente no país. Clique e acesse.