Da Redação
Pesquisas financiadas por grandes grupos econômicos indicam que, mais uma vez, candidatos e partidos que só governam para os ricos ganharão com folga as eleições 2014, seja para o parlamento, governos estaduais ou presidência da república. Apenas em relação à corrida pelo Planalto, Dilma (PT), Marina (PSB) e Aécio (PSDB) somam juntos, de acordo com essas pesquisas, quase 85% dos votos. O mesmo ocorre, em geral, com seus aliados em todo o país. Na prática, é como se as únicas alternativas ao povo fosse escolher entre morrer de tiro (a candidatura Marina), barroada (a candidatura Aécio), ou nova facada pelas costas (a candidatura Dilma).
Ora, Marina recebeu uma espécie de maquiagem para tentar se confundir com "algo diferente" do que fizeram as chamadas elites que sempre governaram o país. Fala em ética, honestidade, Deus... Mas, na prática, é dirigida também por banqueiros e grandes empresários, que financiam sua milionária campanha em busca de lucros futuros. Itaú, Banco Safra, Construtora Andrade Gutierrez, Monsanto e Natura são exemplos de seus padrinhos. Alguns desses financiadores são inclusive denunciados por sonegação fiscal, trabalho escravo e até assassinatos, segundo setores da mídia nacional. Dentre as principais propostas da candidata, está a entrega da autonomia do Banco Central aos banqueiros e especuladores econômicos. Ou seja, poderá não ser mais o governo e o congresso que controlarão o BC, mas sim grupos privados. E, segundo Osmarino Amâncio, companheiro do líder seringueiro Chico Mendes, Marina cometeu verdadeiros crimes contra o povo quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente (2003/2008): "garantiu a parte jurídica da destruição da Amazônia, aceitou o transgênico, privatizou 5% de lagos, rios e mares para o agronegócio..." Enfim, Marina é um tiro no peito da ampla maioria da população.
Dilma não é diferente. Aplica a mesma política econômica que há séculos maltrata a maioria do povo brasileiro, baseada na velha remessa de dinheiro público para pagar juros e amortizações das já empoeiradas dívidas junto aos grandes especuladores financeiros, em detrimento do setor social, como Saúde e Educação, por exemplo. Ver quadro ao lado. A petista, seguindo orientações de Lula e já há tempos inspirada no PSDB, "privatizou portos, estradas, aeroportos e o megacampo de petróleo de Libra, que é, em valores, simplesmente a maior privatização que esse país já viu". E em seu governo, os bancos lucram para valer. "Só neste primeiro semestre lucraram R$ 37,2 bilhões. Os três maiores bancos privados abocanharam juntos R$ 7,8 bilhões".Enquanto isso, o salário mínimo nacional continua correspondendo a cerca de um quarto do que uma família de dois adultos e duas crianças necessitam para sobreviver de forma mais digna, segundo estudos científicos do Dieese. Ou seja, os R$ 724,00 de hoje deveriam ter sido já em agosto último R$ 2.861,55. Além disso, o governo Dilma está envolvido em muitos escândalos de corrupção, como o recente caso da Petrobrás. Assim, essa candidatura é apenas mais uma facada nas costas da classe trabalhadora.
Aécio, por sua vez, é só mais um fanfarrão que agora quer ser o gerente maior do capitalismo no Brasil. Herdeiro de FHC e fiel à entrega (via privatizações) do patrimônio público ao setor privado, não deveria merecer a menor confiança da maioria do povo brasileiro. Governou Minas com mãos de ferro contra os interesses públicos, em particular do magistério estadual, a quem negou até o minguado piso nacional dos professores. Segundo a mídia, é acusado de desviar R$ 30 milhões do Ministério do Trabalho, entre 2007 e 2011. Gosta de andar, demagogicamente, com o caixão do avô Tancredo Neves para tentar ganhar eleições. Quer dar uma barroada na população.
A saída, nessas eleições, é votar em um dos quatro candidatos de esquerda que também disputam esse processo: Luciana Genro (PSOL), Zé Maria (PSTU), Rui Pimenta (PCO) ou Mauro Iasi (PCB). Ou então votar nulo ou não ir votar. Acreditar só nas lutas diretas da classe trabalhadora e da juventude.
