Da Redação
O furioso e reacionário bando de golpistas que ameaça antecipar bruscamente o fim do segundo mandato da presidenta Dilma continua a agir diuturnamente para tentar cumprir o que prometeram ainda em janeiro. E, no que pese seus avanços e recuos, o fato é que agora estão mais fortes do que quando iniciaram tal força tarefa golpista.
Como parte das táticas para enfraquecer e derrubar a presidenta, os golpistas continuam a exigir, também de forma raivosa, que Dilma esqueça definitivamente as propostas mais progressistas que fez nas eleições e passe cada vez mais a cumprir a agenda anti povo do candidato derrotado Aécio Neves e tudo de podre que ele representa, uma elite preconceituosa cupincha do imperialismo, em particular do norteamericano.
Pelo menos até aqui, essa artimanha tem dado muito certo. Dilma abandonou o que de razoável defendeu na campanha, nomeou uma equipe econômica ligada ao PSDB e ataca de forma recorrente os direitos dos trabalhadores, tal como expomos no quadro ao lado. Isto levou a que a presidenta tivesse uma perda de popularidade estratosférica, não nos índices que os golpistas propagam, mas algo muito preocupante para quem quer se manter no governo até o fim legal do mandato.
A capitulação de Dilma aos gritos histéricos dos derrotados é tamanha que a presidenta não aceita ouvir nem mesmo conselhos de figuras liberais ligadas ao próprio conservadorismo nacional, mas que nesse momento, ao menos publicamente, rejeitam a tese do impeachment, como o senador Roberto Requião (PMDB) e Ciro Gomes (PDT). Essa dupla tem opinado que o governo federal já deveria ter despachado Levy e Cia, e redirecionado sua política para aquilo que Dilma defendeu nas eleições e levou a presidenta à vitória. Dilma faz que não sabe dessas opiniões.
Até onde Dilma e o PT pretendem ir com essa tática suicida de fazer o que os gopistas querem? Acaso, de janeiro para cá e após tantas capitulações, o movimento pela derrubada da presidenta retrocedeu? Os fatos mostram que não. Continua aí uma enxurrada de denúncias, prisões de petistas (Dirceu e Vaccari), mais ameaças e exigências, e os golpistas conseguiram até que uma eminente (e agora também patética) figura ligada à história do PT (Hélio Bicudo) redigisse o pedido formal do impeachment. Quem acredita que isso é só brincadeira?
O fato concreto é que o golpe continua a todo vapor. E está se dando mesmo com a presidenta Dilma no cargo, o que é até mais humilhante. Quanto mais Dilma e o PT cedem às patifarias dos gopistas, mais enfraquecem. Ou seja, ajudam a cavar a própria cova.
