Dilma ocupa programa da Ana Maria Braga e não convence nem o "louro josé"

01/03/2011 10:04

 Num visível (e até desesperado) ato de apelação, a presidenta Dilma ocupou nesta terça (01.03) o programa da Ana Maria Braga para tentar convencer a opinião pública de que sua política econômica e em especial a voltada para o salário mínimo estão corretas. O espaço comprado junto à Rede Globo certamente deve ter saído bastante caro aos cofres públicos. Mas quem viu percebeu que a encenação da presidenta não convenceu nem o "louro josé".

Ora, os míseros R$ 545,00 aprovados (via muita troca de favores entre os partidos aliados do governo), é um retrocesso até em relação aos anos anteriores. Trata-se da primeira vez, desde 1997, que o reajuste do mínimo não repõe sequer a inflação. O mínimo vai ser arrochado em 1,3% em termos reais. Enquanto isso, há um crescente aumento de tudo. Os índices reais de elevação dos preços dos alimentos já atingem 16%, com o feijão e a carne ultrapassando 50%.

Por outro lado, nem bem esfriou a polêmica sobre os 62% de aumento que os deputados e senadores se deram, o governo Dilma anunciou o maior corte da história do país, um ajuste de R$ 50 bilhões. É o equivalente a quatro vezes o que o governo gasta por ano com o Bolsa Família, e R$ 10 bilhões a mais que todos os custos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) em 2011.

O ajuste fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, inclui a suspensão dos concursos públicos previstos para este ano, assim como a convocação dos já aprovados, totalizando o cancelamento da abertura de ao menos 40 mil vagas no setor público.

O governo ainda não especificou o que vai cortar em cada área. Mas já se sabe, no entanto, que o Ministério da Educação vai sofrer um corte de ao menos R$ 1 bilhão, como revelou o ministro Fernando Haddad. Já o Ministério da Ciência e Tecnologia vai enfrentar redução de ao menos R$ 1,3 bilhão.

Esse corte recorde no Orçamento tem como objetivo fazer o governo atingir a meta de superávit primário, ou seja, o total economizado para pagar juros da dívida pública, equivalente a R$ 117 bilhões.

Como se isso não bastasse, o governo quer ressuscitar uma lei formulada durante o governo Lula, que limitaria os reajustes anuais que os servidores públicos poderiam receber. Discute-se um limite de 2% de aumento real. Com isso, além de impedir a contratação de novos servidores, o governo Dilma quer transformar em lei o arrocho dos funcionários públicos já na ativa.

*Parte dessa matéria foi extraída de informes contidos no Jornal Opinião Socialista

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