Cinco artifícios que patrões usam para tentar enganar os trabalhadores

28/10/2015 17:17
Da Redação

Nos confrontos do dia a dia entre trabalhadores e patrões, estes últimos, para fazer valer suas posições, costumam recorrer a velhos artifícios para tentar enganar os empregados. Veja cinco situações bastante conhecidas:

1. Apelar a eufemismos. O eufemismo, tal como se aprende nas aulas de português, consiste em dizer uma coisa ruim suavemente, de forma a torná-la menos desagradável ou dificultar ao máximo a sua percepção. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por exemplo, está fechando centenas de escolas nesse Estado. Literalmente, mandou lacrar as portas de estabelecimentos de ensino para 2016. Pela mídia, no entanto, diz que está "somente reorganizando a rede para dar uma nova dinâmica ao ensino". Ou seja, dá nomes palatáveis aos crimes que ora comete. Outro grande e atual exemplo de eufemismo é o projeto originalmente criado no segundo mandato FHC, que visa, na prática, revogar praticamente todos os direitos contidos na CLT, como 13° salário, multa em caso de demissão involuntária etc. A esta infâmia, FHC deu o bonito nome de "flexibilização dos direitos trabalhistas".

2. Criar uma comissão para estudar o caso. É uma tática muito comum nas áreas privada e pública. Quando os trabalhadores reivindicam algum aumento salarial ou outros benefícios, patrões espertos logo dizem: "Está bem, vamos criar uma comissão democrática para estudar o caso". Com isso, ganham tempo para se armar e negar o que está sendo reivindicado. Ao final dos "estudos", geralmente longos e em comissões cuja maioria é sempre dos patrões, a conclusão mais comum é que "no momento não é possível atender ao que está sendo solicitado, mas os estudos vão continuar..." 

3. Desviar o foco. Para fugir dos direitos dos trabalhadores, patrões tentam de todas as maneiras mudar o foco do que está sendo discutido. Por exemplo, se os professores reivindicam salários melhores, patrões passam a expor, em particular pela mídia burguesa, que "os docentes não estão bem qualificados para o exercício do magistério e que o rendimento dos alunos vai mal". Com isso, buscam fazer com que a opinião pública e os próprios professores passem a discutir essas questões, e não o que os docentes reivindicavam.

4. Criar o bode. Essa é uma das malandragens mais antigas que os patrões usam para tentar enganar os trabalhadores. É muito comum em épocas de campanhas salariais. Se, por exemplo, está perto da campanha salarial de alguma categoria, os patrões lançam antes uma medida que retira ou reduz algum direito já conquistado. O alvoroço é grande e os trabalhadores podem deixar de lado a campanha salarial e passar a exigir que o direito já conquistado seja mantido. Ao final de uma longa "negociação", os patrões concordam em manter o direito que ameaçaram retirar em troca de deixar a campanha salarial para depois. Ou seja, eles vencem a campanha salarial sem sequer na prática discutí-la.

5. Por fim, o velho apelo à manutenção da ordem e à democracia. Quando os patrões não conseguem com essas suas antigas artimanhas enganar os trabalhadores, apelam então à velha polícia, que vem sempre com seus cassetetes, balas de borracha, spray de pimenta e prisões. Mas tudo em nome da manutenção da velha ordem e do famoso "estado democrático de direito". 

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