Ativista do movimento LGBT é ameaçada de morte por neonazistas
Da Redação
Marinalva Santana (foto), ativista do Movimento LGBT, está sendo ameaçada de morte por neonazistas. Ameaças vêm de um perfil do facebook (Van Pelth), já retirado do ar por seu proprietário, que se diz integrante de uma nojenta e ridícula "Irmandade Homofóbica". Marinalva é também Coordenadora do Grupo Matizes, que se dedica a combater a homofobia, machismo, racismo e todo tipo de práticas discriminatórias.
Providências
Marinalva já denunciou o caso na Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, no Conselho Nacional LGBT, no Serviço Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos, e em outros órgãos que combatem a violência contra a mulher. O crime já foi também encaminhado à polícia federal.
Intolerância cresce e reflete sociedade dividida em classes
Casos como o de Marinalva Santana crescem e se espalham praticamente pelo mundo inteiro. Dados do O Globo apontam que, apenas no Rio de Janeiro, há pelo menos quatro grupos neonazistas que atuam nesse Estado. Tais grupos são responsáveis por ataques e até mortes de homossexuais e ainda por práticas hediondas de racismo e perseguição a nordestinos e mendigos. Segundo a SOS Homofobia, entre janeiro e março de 2013, o número de telefonemas de homossexuais que relatam ser vítimas de insultos ou agressões triplicou em relação ao mesmo período de 2012 na "civilizada" França. E de acordo com a Anistia Internacional, "na Arábia Saudita, Irã, Mauritânia, Qatar, Sudão, Iêmen e alguns estados da Nigéria, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo pode chegar à pena de morte. Outros países punem a conduta homossexual por considerá-la um "ato contra a natureza". E ainda no que se refere ao Brasil, relembre-se que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados era presidida, até bem pouco tempo, por Marco Feliliciano, homofóbico e racista declarado.
Todo esse quadro não pode, evidentemente, ser atribuído apenas à ignorância doentia de alguns ou aos ímpetos assassinos de outros. A intolerância e todas as suas manifestações (homofobia, racismo, machismo...) reflete na verdade a velha sociedade capitalista, dividida em classes, que prega as disputas entre as pessoas e visa sempre impor um padrão de comportamento a todos, estimulando (sutil ou descaradamente) todo tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somente numa sociedade mais avançada, a socialista, por exemplo, essa degeneração pode acabar. Como diz Rosa Luxemburgo (1871-1919): "Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres".
Nossa solidariedade a Marinalva Santana e a todos e todas (em particular às mulheres de luta) que sofrem qualquer tipo de discriminação. Neozistas e/ou fascistas não passarão.