Assalto ao Banco Central

29/07/2011 08:13

Da Redação

Atualizada em 19.11.2014, às 18:39

A população, de uma forma geral, se indigna contra os políticos corruptos. Não à toa, a presidenta Dilma já se viu obrigada a demitir, contra a própria vontade, o ex-ministro Palloci (Casa Civil) e outros assessores no Ministério dos Transportes, envolvidos em corrupção, tal como ocorre hoje na Petrobrás. A população também não tolera os assaltantes comuns, seja um simples batedor de carteiras ou aqueles mais arrojados, como os que assaltaram os cofres do Banco Central em 2005, na cidade de Fortaleza, e levaram cerca de R$ 165 milhões.

A amplíssima maioria da população, no entanto, não percebe ou sabe que há um outro tipo de assalto aos cofres públicos, muito maior e mais lesivo a ela mesma. Só que amparado em leis.

O Orçamento Geral do país é aprovado pela presidência da república, em acordo com aliados de ocasião. Em governos como o do PT e nos demais da direita oficial (PSDB & cia), essa aprovação obedece a ordens rigorosas dos grandes capitalistas. Em 2014, por exemplo, a presidenta Dilma aprovou Orçamento da União onde do total estão previstos 42,04% (quase um trilhão de reais) apenas para pagar juros das dívidas públicas junto a banqueiros e grandes empresários. Nesse mesmo orçamento, Educação e Saúde ficam juntas com apenas cerca de 7%, pouco mais de R$ 140 bilhões. É o que está no site do Ministério do Planejamento.

Na prática, são os megaespeculadores financeiros, nacionais ou estrangeiros, quem definem como o dinheiro público deve ser gasto. Com isso, ano após ano, quase a metade de tudo o que se arrecada no Brasil em impostos e taxas vai para os bolsos deles mesmos. É por isso que faltam leitos e mais médicos nos hospitais públicos e as escolas estatais caem aos pedaços. Diante desse tipo de divisão legal do dinheiro do povo, os saqueadores do Banco Central em Fortaleza viram ladrões de beira de estrada. E para facilitar ainda mais a jogatina com o dinheiro público, Dilma cogita chamar um banqueiro para presidir o Banco Central.

Gráfico abaixo mostra como é insana a política de privilegiar pagamentos de juros das dívidas públicas:

O governo Dilma precisa parar com essa agiotagem. Em vez de doar trilhões aos banqueiros, deveria destinar pelo menos 10% do Orçamento para a educação e 6% para a saúde, apenas para citar duas áreas onde as carências são muito altas. E jamais deveria também sequer cogitar chamar um banqueiro para presidir o BC. 

Ver também o artigo: Assalto ao Banco Central, o filme

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