Acordos PSTU CSP-Conlutas e GM levam à demissão de centenas de operários em São José dos Campos

29/12/2013 18:42

Centenas de operários perderam seus empregos agora no final de 2013 na General Motors, fábrica de São José dos Campos, cujo sindicato é dirigido por quadros nacionais do PSTU e CSP-Conlutas. Essa burocracia sindical se limita agora dizer que "não concorda com a medida", vai entrar na "justiça" e pede socorro à Dilma e ao PT. Mas na prática tudo é resultado dos acordos entre esses burocratas e a lucrativa GM, que apenas no 4º trimestre de 2012 obteve lucro líquido de 1,19 bilhão de dólares

Da Redação

Centenas de operários de São José dos Campos perderam seus empregos neste final de ano na lucrativa General Motors, que apenas no 4º trimestre de 2012 obteve um lucro líquido de 1,19 bilhão de dólares, segundo a Exame.com. Medida da GM ocorre ao mesmo tempo em que o governo Dilma concede mais isenções fiscais às empresas na ordem de três bilhões de reais. Outras centenas de metalúrgicos já haviam sido demitidos nessa fábrica de SJC neste 2013. Muitos outros foram submetidos a PDV e outros tantos colocados em "listas de espera", os chamados "excedentes" 

É tudo resultado da burocracia e acordos PSTU, CSP-Conlutas e GM contra os operários
O mais escandaloso nessa história toda é que tudo isso é o resultado das políticas burocráticas e acordistas entre a direção do sindicato da categoria (PSTU-CSP-Conlutas) e os dirigentes da GM. Mesmo diante das demissões reais já ocorridas no início do ano, via PDV ou não, os burocratas do sindicato se limitaram a fazer apelos subjetivos e inócuos à presidenta Dilma e à prefeitura petista de SJC, para que "impedissem esses ataques aos trabalhadores". E criaram também ilusões de que a "justiça" poderia resolver a situação. 
 
No caso dessas atuais demissões, vídeo do Jornal Vanguarda mostra operários tristes e o presidente do Sindmetal, Antônio Macapá (PSTU-CSP-Conlutas), afirmando que "sabia das demissões, não concorda com elas e vai entrar (de novo) na "justiça". Esse mesmo vídeo diz que a direção do sindicato participou do acordo que levou a esse golpe nos trabalhadores. Isto é o mesmo que está no Estadão. Segundo postagem de 28/12, publica: "Estamos cumprindo o acordo assinado com o sindicato em janeiro deste ano", afirmou o diretor de Assuntos Institucionais da GM, Luiz Moan". E, ainda segundo essa mesma fonte e matéria: "O presidente do sindicato (Macapá) lembrou que a demissão dos trabalhadores ocorre quatro dias após o governo ter decidido voltar com a cobrança, de forma gradual, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo Barros, a volta da cobrança do imposto em duas etapas – e não imediatamente – estaria vinculada ao compromisso de manutenção de empregos por parte das montadoras. Esse será o argumento do sindicato para contestar judicialmente as demissões. Na sua avaliação, com os cortes na GM, esse compromisso teria sido quebrado". (Grifos nossos). 
 
Ora, quer dizer então que se o IPI tivesse voltado em duas etapas as demissões seriam justas? Que acordo é esse para demitir operários? E por que Macapá, PSTU e CSP-Conlutas agora ficaram tão ingênuos a ponto de crer que os burgueses da GM iriam cumprir "compromissos" apenas a partir de negociatas de gabinete, sem mobilização na base? Ou será que o Macapá não declarou nada disso e é tudo "truncagem" da mídia burguesa e dos sectários do Dever de Classe? Neste caso, por que então o PSTU e CSP-Conlutas não desmascaram todo mundo através de uma publicação?
 

O fato concreto é que, acordos com a GM assinados ou não, o PSTU e CSP-Conlutas dirigem o Sindmetal como burocratas à moda dos neo pelegos que tanto gostam de identificar na CUT, PT e outras organizações. Ao invés de utilizar a poderosa estrutura desse sindicato para a luta direta, preferem parasitar a entidade, ficar nos acordos de gabinete com os patrões e adular o próprio PT, a CUT e o Poder Judiciário. O resultado é esse: demissões e mais demissões de operários. E  numa empresa que, como todos sabem, é uma das mais ricas do planeta. Os metalúrgicos da GM devem se livrar dessa nova casta de burocratas sindicais.

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