Abstenção e votos nulos e brancos ganham as eleições do Sinte-Pi

05/07/2013 08:56

Das 32.516 pessoas aptas a votar nas eleições do Sinte-Pi, 17.075 (52,5%) não votaram em nenhuma das duas chapas que concorreram nesse pleito 2013. Deste total, 16.489 se abstiveram, 258 votaram em branco e 328 anularam o voto. Os dados são da Comissão Eleitoral, presidida pela profª Maria de Lourdes Almeida Costa. "Os professores precisam criar um novo sindicato, o Sinte-Pi perdeu a representatividade", defendem muitos docentes

Da Redação

Nas eleições Sinte-Pi 2013, a maioria foi de abstenções e de votos nulos e brancos. Enquanto o somatório dessas três situações alcançou 17.075 votos, ou seja, 52,5% do total de sócios (32.516), a chapa 1, encabeçada pela profª Odeni,  "vencedora", obteve apenas 10.107, o que não chega a um terço dos filiados ao sindicato. Já a chapa 2, encabeçada pela professora petista Núbia Lopes, em aliança com o PSTU e CSP-Conlutas, obteve somente 5.706 votos, pouco mais de 1/6 do mesmo número total de sócios do Sinte-Pi.

Mesmo se somarmos os votos das chapas 1 e 2, como já se percebe pelo parágrafo anterior, o percentual não chega a 50% do total de eleitores, mas sim a apenas 47,5%. Em outras palavras, a maioria dos filiados está no mínimo descrente de suas representações.

Abstenção extravagante em Teresina

Se, no total, a abstenção chegou a mais de 52% dos sócios, em Teresina esse fenômeno alcançou um número extravagante. Dos 12.099 aptos a votar, 9.246 não compareceram, o que dá uma abstenção de 76,4% na capitalPergunta-se: que representatividade tem o Sinte-Pi?

Razões

São várias as razões que levaram as pessoas a desacreditar no Sinte-Pi. A principal delas é que esse sindicato tornou-se, há muitos anos, um feudo burocrático controlado com mãos de ferro por dois ou três dirigentes ligados ao PT, PSB e CUT, organizações governistas que só têm massacrado os profissionais da educação. Dessa forma, que motivações as pessoas teriam para ir votar? E nessas eleições 2013 houve ainda o agravante de que as duas chapas eram diretamente controladas por essas oligarquias palacianas, o que estimulou inclusive várias lideranças, como Zilton Duarte, dirigente do PSOL (foto), a comandar uma campanha pelo voto NULO, em conjunto com o Dever de Classe e a professora Lourdes Melo, PCO.

"Oposição" diminuiu nas eleições

Um outro fator que merece destaque nessas eleições diz respeito à perfomance em Teresina da Chapa 2, "oposição unificada" - PT/CUT-PSTU-CSP-Conlutas", encabeçada pela petista Núbia Lopes e de desacordo não programático e político com o grupo da professora Odeni, PSB/CUT. Essa Chapa 2 agora obteve menos votos na capital do que as chapas de oposição alcançaram em eleições passadas. Em 2010, por exemplo, as três chapas de oposição tiveram em Teresina 1.348 votos, contra apenas 887 dados à chapa da profª Odeni. Neste 2013, a chapa da profª Odeni obteve 1.466 votos, e a chapa de "oposição unificada", 1.390. O que levou essa "oposição unificada" a perder até em Teresina?

Novo sindicato de professores

Diante desse quadro crescente de desinteresse pelo Sinte-Pi, por conta de sua baixa representatividade, muitos docentes planejam criar um novo sindicato para a categoria. Para a professora Sueli Ribeiro, "não dá mais para esperar, os professores precisam de uma nova entidade sindical".

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