A sombra de Joaquim

08/02/2015 00:59
Por Renato Uchôa (Educador) 
Por Ana Paula Romão (Educadora)

A direção nacional PT, em maior ou menor intensidade, se alastrando para os estados e municípios precisam entender o óbvio. No mínimo sair do sarcófago. Embalsamados faz cinco anos. E, no globo da morte. À barra da direção, quebrada. Os escombros no penhasco. Uma direção irritante, calada, acuada, sem perspectiva de romper o cerco violento da mídia venal para destruir o partido. Cadeia só para preto, pobre, prostituta, e no acréscimo, petistas. Não podemos acreditar só na incompetência. Existe algo mais na conivência. De quebra, da quebra da espinha dorsal do PT. O martelo e a bigorna, utilizados internamente desde a década de 1990, contra as frações. Vem das entranhas. E vão cedendo cada costela nos acordos espúrios com os aliados. Em sendo assim, bolo de aniversário das elites vem sendo preparado faz décadas. Foi assim no julgamento mais tenebroso da história jurídica em nosso país, AP 470. A humilhação, o linchamento público, a demonização de vários companheiros, escolhidos a dedo para a fogueira. Tem muitos petistas valentes, vestidos de legalidades criticando o Partido. Mas, à época do Mensalão, jogou vários pacotes de fósforos próximos a fogueira, e ficaram assoprando o fogo na queima dos antigos militantes. Condenados sem prova. Não têm as mínimas condições morais pra exigir as mudanças, que se fazem necessárias na condução da defesa do Estado Democrático. De uma milícia do Supremo comandada pelo inquisidor Joaquim Barbosa vai surgindo os filhotes do autoritarismo. Etapa cumprida, mas..., eleição perdida pelas elites retrógradas graças ao empenho de milhões de brasileiros (as), que não optaram pelo silencio das covas. Lutaram como nunca em defesa da democracia. E vão tocando a marcha fúnebre no bloco das elites em favor do impeachment, do Golpe contra Dilma. Nunca em toda a história se viu uma inércia tão assustadora, inaceitável sobre todos os aspectos, dos dirigentes. Um silêncio que dói nos tímpanos de mais de 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma. Outros milhões que acreditam no PT, que gritam diariamente ao pé da tumba para que a Direção acorde. Ao contrario de nós, adotaram o silêncio como arma. Que nos açoita e nos deprime. O PT completa 35 anos de luta, de suor e lágrima. Não pode mais, pelo valor histórico, ser patrimônio de um grupo de sonolentos eternos, dirigentes de gabinetes refrigerados, avessos aos movimentos sociais. Dobra a esquina em carreira desenfreada, quando avistam sem-casas, sem-terra, estudantes, índios ... É bom lembrar, saborear o bolo que cresceu e foi repartido com milhões de brasileiros, nesse momento de festa, de comemoração de 35 anos de existência. Mas, Joaquim tem um seguidor. É branco, e para a mídia, perfeito na implosão dos princípios democráticos. É o novo herói contra o PT. O Juiz Moro. Informações sigilosas vazam a imprensa na Operação Lava Jato, mais que a água rara nas torneiras dos paulistas. Um dos delatores é freguês do Juiz, de outras épocas. Seletivamente contra o PT. Uma violação criminal na delação premiada. “Legalizada”, planejada, com áudio e tudo mais no período eleitoral para prejudicar o PT. O aparelho coercitivo do Estado, o MP, os magistrados, a polícia, não vão tocar a campainha no 3º Turno. Condução coercitiva nas intimações... A legalidade constitucional vem sendo quebrada nos últimos anos. A Constituição vai sendo reduzida a um pacote de papilina, os fins justificam os meios. Mamãe tem vários policiais na sala chamando o papai...

 

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