Prefeito eleva passagens e transforma centro da capital num caos
07.01.2015 06:45 - Imagem: Arquivos Dever de Classe
Da Redação
O prefeito de Teresina, Firmino Filho (foto), do PSDB, elevou a tarifa de ônibus de R$ 2,50 para R$ 2,75. Para cada quatro passagens que um trabalhador comprar a partir de agora, o desembolso será de um real a mais, o que agravará o arrocho sobre a vida dos assalariados da cidade que são obrigados a utilizar o péssimo e caro sistema de transporte coletivo. Tal medida revoltou a população, que parou por quase três horas o centro da cidade e gerou um caos para todo mundo. Os protestos vão continuar enquanto o prefeito não revogar o aumento da tarifa. As manifestações também exigem passagens inteiras a no máximo R4 2,00 e gratuidade para os estudantes.
"Firmino é um irresponsável, uma pessoa de salário mínimo não pode pagar esse aumento", declarou irritado Alberto Luz, que ficou preso dentro de seu carro por quase duas horas na rua 24 de Janeiro, imediações da avenidada Frei Serafim, centro dos protestos.
"Não passa de um canalha esse tal de Firmino", desabafou o ambulante Raimundo Nonato Silva.
Opinião de lideranças estudantis
"Um absurdo passagens a R$ 2,75. É pagar muito caro por um transporte público que não tem qualidade ou dá segurança à população", declara Isadora Cortez, dirigentes da UJS. Isadora denuncia também que o sistema é controlado por um pequeno grupo de empresários, avesso a quaisquer avanços ou melhorias no setor. Sobre o último aspecto da fala dessa dirigente estudantil, é importante destacar que um empresário maranhense de nome Ramon Sousa propôs recentemente circular em Teresina com passagens a R$ 2,00 e ônibus equipados com ar condicionado e internet wi-fi. O velho cartel das empresas da cidade entrou até na "justiça" para proibir tal iniciativa
Para o estudante Sérgio Henrique, da juventude petista, "não há qualquer transparência nessa atitude do prefeito, uma vez que ele controla o Conselho Municipal de Transporte e decide tudo de forma autoritária". Sérgio pondera também que "nada justifica aumento de tarifa em tempos de crise como esse". O estudante conclama ainda a que todos os estudantes e trabalhadores se somem a essa luta.
Valentina Morais, liderança da AMES, alerta que, embora a meia passagem tenha sido congelada, os pais dos alunos não podem pagar reajuste de tarifa. Além disso, a estudante lembra que o transporte público em Teresina é deficiente, o que não justifica qualquer aumento de passagens. Valentina também destaca que é importante mais participação de estudantes e trabalhadores nas mobilizações.