Vetos a reajuste do Judiciário expõe contradições do governo e oposição

18/11/2015 07:10
Da Redação

O Congresso Nacional manteve vetos da presidente Dilma ao que seria um reajuste de "78%" para os servidores do Judiciário Federal. Dos 257 votos na Câmara necessários para derrotar o governo, apareceram apenas 251. Outros 132 parlamentares votaram pela manutenção dos vetos e 11 se abstiveram. Com isso, a matéria deixou de ser analisada pelo Senado.

Manipulações e contradições

Essa luta dos servidores do judiciário tem sido marcada por uma série de manipulações e contradições.
Primeiro, como explica a Federação dos Trabalhadores do Judiciário Federal-Fenajufe, ao contrário do que diz o governo, não se trata de aumento, mas somente de correção de perdas salariais, que se acumulam desde 2006.
 

A Fenajufe esclarece também que o "reajuste não custa R$ 36 bilhões. O impacto do reajuste dos servidores, previsto no PLC 28/2015, é de R$ 10,3 bilhões. Esse valor é PARCELADO e somente será integralizado em 2018". Acessível em: www.fenajufe.org.br

Ou seja, o governo Dilma e aliados usam o velho expediente da manipulação de dados, no intuito de confundir a opinião pública e os próprios servidores.

Quanto às contradições, destaca-se o fato de governos e governistas alegarem que o reajuste é contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal do país". No entanto, escondem que somente até 30 de outubro deste ano, despesas com a agiotagem da dívida pública consumiram R$ 939 bilhões, o que corresponde a 49% do gasto federal, segundo dados da Auditoria Cidadã da Dívida. Dar então dinheiro público a especuladores do sistema financeiro traz equilíbrio fiscal ao país?

Na votação que manteve os vetos do governo ao reajuste do judiciário, duas outras contradições chamaram também a atenção. A primeira refere-se a falas de parlamentares tipo Ronaldo Caiado (DEM-GO), que "elogiou", como autêntico demagogo que é, a luta dos servidores. Caiado, todos sabem, é um velho perseguidor de trabalhadores, inclusive dos servidores públicos. Quis apenas pegar carona para atacar, por interesses excusos, o governo federal.

Contraditoriamente também, alguns deputados golpistas, que vivem a tramar o impeachment da presidente Dilma, se abstiveram da votação. Ou seja, ficaram contra os servidores e a favor do governo. Por que será?

O funcionalismo do judiciário promete continuar com suas lutas. Em nossa opinião, deve procurar envolver mais a opinião pública nessa questão.

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