Quase 50 milhões de pessoas ainda continuam como escravas no mundo

01/06/2016 13:16

Da Redação / Imagem: pixabay

Segundo o Portal Esquerda Diário, cerca de 46 milhões de pessoas permanecem como escravas em todo o planeta, embora a escravidão tenha sido extinta a mais de cem anos.

Leia texto de Lourival Aguiar Mahin, São Paulo

Hoje no mundo cerca de 46 milhões de pessoas estão sujeitas a alguma forma de escravidão moderna, segundo estimativas da Fundação Walk Free, através do relatório Índice de Escravidão Global 2016, o que registra um aumento de 29% da última pesquisa, realizada em 2014, para esta. Escravidão moderna é uma expressão utilizada para aquelas relações de trabalho nas quais, especialmente mulheres e crianças, são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob a ameaça de indigência ou pobreza extrema, detenção, violência, dívidas fraudulentas e inclusive morte, retirando a sua liberdade individual com a intenção de explorá-la.

Muitas dessas formas de trabalho podem ser acobertadas pela expressão trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência. A maior parte das pessoas vítimas da escravidão moderna trabalha em indústrias como agricultura, pesca, construção, confecção têxtil, mineração, serviços e trabalho doméstico. Cerca de uma em cada cinco pessoas são vítimas de exploração sexual.

"Em 2013, a escravidão moderna assume muitas formas e é conhecida por muitos nomes. É chamada de tráfico humano, trabalho forçado, escravidão ou práticas análogas - o que inclui servidão por dívida, casamento servil ou forçado, venda ou exploração de crianças inclusive em processos armados", aponta o estudo, ao explicar a metodologia do índice. 

Segundo o documento, 58% dessas pessoas vivem em apenas cinco países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão. Já os países com a maior proporção de população em condições de escravidão são a Coreia do Norte, o Uzbequistão, o Camboja e a Índia, apesar de haver grande quantidade de pessoas nessas condições espalhadas pela Europa e pela Central e do Norte, no qual o Haiti, o mesmo que completa 12 anos de ocupação militar ilegal no dia de hoje, aparece com muito destaque.

A escravidão moderna afeta todo mundo. Mesmo que você não seja uma vítima dela, você é afetado por ela. As empresas, por exemplo, vivem sob a lógica da concorrência sem escrúpulos, que se beneficiam dos lucros dessa escravidão. Isso também pode levar à redução de salários ou ao corte de benefícios do conjunto da classe trabalhadora, ou seja, é um modo do capitalismo manter seus altos lucros impondo regimes de trabalhos mais explorados.

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A pobreza e a falta de oportunidades são fatores determinantes para o aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna. Os estudos também apontam para desigualdades sociais e estruturais mais profundas para que a exploração persista –a xenofobia, o patriarcado, as classes e castas, e as normas de gênero discriminatórias., que podemos resumir com: o Capitalismo, que baseia seu crescimento na quantidade de vidas que ela desumaniza, de infâncias que ela rouba e de violências, sexuais, físicas ou morais que ela comete. Uma luta consequente pelo fim da trabalho escravo é uma luta pelo fim da exploração e o capitalismo.

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