Professores podem entrar em greve geral no Piauí

31/01/2015 09:59
Da Redação           Foto: arquivos Dever de Classe

Milhares de professores podem entrar em greve geral no Piauí. Insatisfação é muito grande entre os docentes, devido às péssimas condições salariais e de trabalho a que estão submetidos tanto na rede estadual como nos municípios, inclusive em Teresina (capital), onde o prefeito tucano Firmino Filho aplica a mesma política de arrocho do governador petista Wellington Dias.

Reajuste do Piso é de 22,97%

Para a professora Ana Brito (foto), uma das organizadoras do movimento, "não dá para iniciar o ano letivo sem que governos paguem o reajuste linear do piso nacional que, de acordo com a Lei 11.738/2008, é de 22,97% e retroativo a primeiro de janeiro. Ou paga ou o ano letivo pode não iniciar", adverte.

Assédio moral e descumprimento da jornada legal em sala de aula

A professora Ana denuncia também que os docentes estão recebendo ligações intimidatórias da Seduc-Pi, o que caracteriza crime de assédio moral. "Ligaram da Lotação e disseram que tenho que cumprir 28 horas-aula, quando a Lei do Piso diz que minha obrigação é cumprir no máximo 26 horas", destaca a professora Rita de Cássia, da rede estadual. Muitos outros professores têm procurado o Dever de Classe para fazer a mesma denúncia.

Cortes de direitos e péssimas condições de trabalho

A situação na rede estadual se agrava na medida em que o governador petista cortou até as gratificações legais de diretores e secretários de escolas, o que gerou grande revolta. "Esse governador e essa esposa dele secretária de educação são dois picaretas", denuncia uma diretora, que prefere não se identificar, por medo de perseguições. E há ainda as péssimas condições de trabalho em todas as redes. Em muitas escolas faltam até carteiras, não há segurança, muitos prédios estão quase a cair nas cabeças da comunidade escolar. É um caos, denuncia o professor José Francisco, de Teresina.

Sindicatos calados

Segundo reclamação geral entre os docentes, as direções dos sindicatos da educação no Piauí estão praticamente imobilizadas em relação a tudo isso. O Sinte-Pi (CUT-CTB), como sempre, apenas se limita a divulgar pela metade os ataques dos governos, sem sequer propor qualquer medida mais dura contra os mesmos. Já o Sindserm-The (CSP-Conlutas), segundo observação da professora Albetisa Moreira, está mais ocupado em divulgar tabela salarial falsificada do MEC do que em mobilizar a categoria contra o arrocho.

Quanto isso, o professor e advogado José Professor Pacheco lembra em artigo neste site que trabalhadores podem fazer greve mesmo sem a participação de sindicato. Clique e leia.

Se a coisa não mudar, o ano letivo pode não iniciar.

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