"Por mais que lamentemos, precisamos tentar entender as decisões de Deus. Que Ele conforte sua família e o tenha em paz" - Dona Rejane Dias, esposa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), em comentário pelo facebook sobre o assassinato do soldado C. Nunes, que morreu quando fazia segurança do filho do casal
Da Redação Foto: TV Canal 13
Dona Rejane Dias (foto), esposa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e Secretária de Educação desse Estado, lamenta pelo facebook a morte do soldado C. Nunes, morto quando fazia segurança de Vinícius Dias, um jovem filho do casal. Para Dona Rejane, crime sofrido pelo policial faz parte das "decisões de Deus".
Por mais que se respeite as crenças das pessoas, essa fala é no mínimo irresponsável e preocupante, sobretudo quando vem de uma autoridade que está à frente de uma pasta como a Secretaria de Educação.
É óbvio que a morte do policial não é obra do Divino. Os adolescentes que eliminaram o PM e por muito pouco não se confrontaram também de forma trágica com o filho do próprio governador e da primeira dama são na verdade subprodutos da ausência de políticas sociais do próprio governo.
É importante lembrar que Wellington Dias está no terceiro mandato, e se destacou nos dois primeiros por fechar cerca de duzentas escolas estaduais e isentar grandes empresários de pagar impostos. A responsabilidade, portanto, é dele também pelo grande aumento da violência no Piauí. E também de Dona Rejane, que exerceu, durante oito anos, postos no governo.
Assim, em vez de responsabilizar os céus pelas tragédias ocorridas na Terra, Dona Rejane Dias e seu marido governador deveriam era pelo menos fazer um exame de consciência e governar para atender aos interesses da maioria da população, onde está milhares de jovens suscetíveis a cair no mundo do crime.
Neste sentido precisam, por exemplo, aparelhar as escolas públicas para que possam funcionar de forma adequada e receber jovens e crianças carentes. Apenas aumentar a repressão e botar a culpa em Deus só indica que a violência pode é aumentar.
