Para conter alta da inflação, Dilma quer arrochar ainda mais os trabalhadores

18/05/2011 05:49

A inflação no Brasil está em alta e já ultrapassa os 6,5%. Para contê-la, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu em entrevista ao canal Globo News que “todos devem se sacrificar”. Para este alto dirigente do governo Dilma, “os trabalhadores devem maneirar em suas reivindicações salariais”.  Em bom português, ele quer convencer  a maioria da população de que ela é a responsável pela alta do custo de vida. Pura enganação.

   
É a política das grandes empresas que gera a inflação, porque são elas – e apenas elas e seus governos de plantão – que ditam as regras da economia em todo o mundo. Esse é um dos pilares do sistema capitalista. No jogo inflacionário onde sobe o preço de tudo, a maioria de fato perde. Mas a maioria aqui são os trabalhadores, que sobrevivem de seus salários e veem seu poder de compra diminuir a cada dia.

E as grandes empresas? Ora, estas podem reajustar os preços dos seus produtos e até ganhar mais com a alta da inflação.

Qual a saída? Uma primeira, orientada por Dilma e sua equipe econômica, é beneficiar os patrões e atacar os salários e direitos dos trabalhadores. A outra, que a própria Dilma e o PT já defenderam no passado, é beneficiar os trabalhadores e atacar os lucros dos patrões.

Reajustar salários dos trabalhadores e/ou repor suas perdas não causa  inflação, porque é a única forma de evitar a redução ainda maior do seu poder de compra, que já não é lá essas coisas. Se isto não ocorre – se se interditam as campanhas salariais – quem ganham são as grandes empresas, que vão lucrar cada vez mais.

Aumento da taxa de juros. Dilma, além da proposta de conter reajustes salariais para os trabalhadores, apresenta ainda outro aditivo para combater a inflação: aumentar a taxa de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) reuniu-se três vezes durante seu governo e, em todas elas, aumentou a taxa de juros, que já era a maior do mundo. Com isso, mais aperreios para a maioria da população e mais lucros para os banqueiros.

Apoio da CUT. Para aplicar tais políticas, Dilma tem, vergonhosamente, o apoio de centrais sindicais chapa-branca, como CUT e Força Sindical. São essas organizações que, por dentro dos movimentos dos trabalhadores, ajudam a emperrar as campanhas salariais e favorecer o governo.

Inflação se combate é com valorização salarial permanente  e controle rígido dos preços. Para tanto, seria necessário inclusive estatizar setores das grandes empresas.

Dilma ainda tem o apoio da maioria da população. Não toma essas medidas porque não quer. Ou melhor: porque é controlada pelos grandes patrões.

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