Golpe: O que está por trás do novo discurso de Marina?
Da Redação / Imagem: Thyago Marcel/Câmara dos Deputados
Marina Silva (foto), da Rede, em matéria na Folha de São Paulo mudou o discurso e agora defende o golpe contra a presidenta Dilma (PT). Entende a ex-ambientalista que "o melhor caminho é o que está no Tribunal Superior Eleitoral - TSE, que poderia resultar inclusive na cassação do vice Michel Temer, do PMDB".
Por trás dessa política golpista, Marina deixa também uma espécie de recado cifrado à população. Diz ela na mesma entrevista: "A sociedade está pagando um preço muito alto por um governo que está há doze anos no poder e que não soube fazer o que era necessário no tempo correto". Mas o que mesmo os governos petistas deixaram de fazer no tempo certo e ela Marina não tem coragem de dizer às claras?
Marina Silva hoje é adepta da anacrônica ideia de que o "deus mercado" é o senhor da razão. Convertida ao liberalismo mais empedernido do planeta, a presidenciável defende os chamados ajustes econômicos de direita. Ou seja, no caso do Brasil, revogação de todos os direitos trabalhistas contidos na CLT (via a tal flexibilização defendedida por FHC), privatizações também a lá PSDB e entrega total da soberania do país ao capital especulativo, em particular estrangeiro. Além disso, evidentemente, também quer minguar ou mesmo extinguir programas sociais como o Bolsa-Família. Embora não assuma, por oportunismo e canalhice óbvia, é essa a plataforma que agora ela acusa Lula e Dilma de não terem adotado no tempo certo. E é essa a receita que ela tem para a chamada crise.
Para a neo golpista, portanto, as medidas que Dilma tomou recentemente contra, por exemplo, o seguro-desemprego ou mudanças para pior na aposentadoria dos brasileiros deveriam ter sido aplicadas desde 2003, ano de início do primeiro mandato de Lula. Simples assim.
Por trás de Marina, claro, banqueiros e grandes empresários. A última campanha eleitoral da ex-ambientalista foi dirigida por Neca Setúbal, herdeira do Itaú. E teve como um dos grandes financiadores Guilherme Leal, dono da Natura e de um patrimônio de 1,6 bilhões de dóláres.
Marina, quem não te conhece que te compre. O país não pode cair no canto da sereia.