Dilma quer entregar Ministério da Fazenda ao presidente do Bradesco

28/10/2014 08:00

Da Redação

Na prática, isso significa deixar direto nas mãos dos banqueiros a elaboração e execução da política econômica do país, que vai da gerência sobre a poupança popular ao controle do Banco Central, CEF e Banco do Brasil. É pôr raposas para tomar conta do galinheiro. Talvez nem Aécio chegasse a tanto, não por falta de vontade. Mas pela ousadia da medida. Nem bem foi reeleita e Dilma já anuncia pela mídia a possibilidade de entregar o Ministério da Fazenda a Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, maior banco privado do país. Se efetivado, isso significa certamente mais arrocho à maioria da população.

O Ministério da Fazenda, em qualquer país, é o órgão central mais importante do governo. Tem a função de elaborar e executar a política econômica a ser aplicada, isto é, ditar e pôr em prática tudo o que se relaciona à moeda, seja  por exemplo em relação à poupança popular, salários, tarifas, preços ou o dinheiro que vai para os outros ministérios. No caso do Brasil, é tarefa ainda desse órgão cuidar dos bancos públicos: Banco Central, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco do Brasil. É dentro desse ministério, assim, onde se define que caráter o governo terá. 

Ora, esse senhor Trabuco se guia pelos interesses de mercado, pela lógica de que os lucros dos banqueiros e dos grandes capitalistas estão acima até da vida. É dessa forma que se conduz. Alguém acredita, portanto, que vá elaborar  e executar política econômica pró salários dos trabalhadores e por mais verbas para os ministérios da Saúde e Educação? Ou que vá desenvolver uma política de fortalecimento dos bancos públicos, para minguar o próprio Bradesco? É óbvio que não.

O senhor Trabuco no comando do Ministério da Fazenda terá a tarefa, para ele muito útil e agradável, de aplicar aquilo que a própria Dilma já acenava: ajuste fiscal, mais arrocho e tarifaço. Tudo para manter o vergonhoso pagamento de juros da dívida pública junto aos próprios banqueiros. Aliás, não à toa, o Governo Federal já enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária para 2015, que prevê para honrar essa dívida 47% dos recursos, 1,35 trilhões de reais, valor 35% maior em relação à previsão para 2014. Está explicado por que o PT quer se render de vez aos donos de bancos.

Para nós, isso não soa como novidade. Chamamos o voto nulo no segundo turno das eleições e dissemos que a candidatura Dilma, na essência do programa, em nada se diferenciava das ideias privatistas apresentadas por Aécio Neves. Resta à maioria do povo se organizar contra mais arrocho que vem por aí.

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