Atraso: A direita retorna ao poder na Argentina

23/11/2015 13:28
Leia o artigo de Élcio Caldas (foto) a esse respeito:

Caso único no mundo, a Argentina é o único país da América Latina que já foi desenvolvido e voltou a ser pobre. Foi destruída por ditaduras militares e pelo FHC dos Pampas, o execrável Carlos Menem, que a exemplo de FHC entregou de mão-beijada todas as riquezas da Argentina para as grandes corporações multinacionais e, de quebra, deixou uma dívida de 120% do PIB. 

A situação era insustentável em 2002, quando Nestor Kirchner chegou ao poder e reergueu a Argentina com a adoção de uma política nacionalista, de bem-estar social e de integração latino-americana.

O tempo passou e os argentinos, já esquecidos dos horrores do passado, trouxeram novamente um governo de direita, elegendo Maurício Macri, um político neoliberal ao estilo de Aécio Neves.

Maurício Macri foi eleito com o ostensivo apoio da burguesia econômica argentina e sua mídia, cujo maior expoente é o grupo Clarin. 

Aparentemente o povo argentino, cegado por sua mídia vagabunda, não enxergou o momento atual da Argentina e do mundo. Não considerou que a Argentina é essencialmente uma exportadora de commodities agrícolas e que as dificuldades atuais da Argentina, tanto quanto as do Brasil, devem-se aos baixo preços de seus produtos de exportação, em decorrência da grave crise mundial do capitalismo, deflagrada a partir de 2008.

Não é só o povo argentino quem perde. Perde a integração sul-americana, o Mercosul, e perde o Brasil, maior parceiro comercial da Argentina. 

Mas nem tudo está perdido. A exemplo do Chile, que elegeu o direitista Sebastián Piñera e nas eleições seguintes trouxe de volta a esquerda, com Michele Bachelet, em estrondosa votação, pode ser que o povo argentino volte a cair em si, quando perceber a furada em que se meteu. 

Pode até ser, considerando o passionalismo do povo argentino e, a exemplo do que aconteceu com Fernando de la Rúa, em 2001, que esse Macri sequer termine seu governo, principalmente levando-se em conta que não terá maioria no congresso argentino. Vamos aguardar o desenrolar da história. 

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