Alternativa à rua é a escola e não o trabalho infantil, diz ministra do TST

22/01/2016 10:08

Da Redação / Imagem: Pixabay - Crianças em escola cubana

"As famílias mantêm as crianças no trabalho por não considerarem a escola como uma alternativa, principalmente na área rural, onde há uma grande precariedade educacional, acrescida da precariedade no transporte para que essas crianças cheguem à escola", destacou a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Kátia Magalhães Arruda, uma das gestoras nacionais do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho. "Lugar de criança não é na rua e nem no trabalho, é na escola".

A ministra ressalta que ocupar do tempo ocioso das crianças com o trabalho não as deixará mais protegidas da violência das ruas. Pelo contrário: deixá-las serem exploradas por um adulto (afinal, ganhará menos para fazer o mesmo trabalho) é uma das maiores violências que se pode cometer contra uma criança.  Ademais, o trabalho inapropriado executado por uma criança é uma das maiores causas de acidentes de trabalho, que podem comprometer toda a condição física, deixando sequelas como cegueira, queimaduras, amputações etc.

No Brasil, aproximadamente 5,5 milhões de brasileiros, com idades que oscilam entre 5 e 17 anos, trabalham quando deveriam estar na escola. "Boa parte da sociedade é conivente ou omissa com essas práticas, além das próprias famílias – que, muitas vezes, estimulam seus filhos a serem explorados, algumas por necessidade e vulnerabilidade social, outras pela crença de que ‘é melhor trabalhar do que roubar'", afirma Kátia Arruda. "Porém, a exploração do trabalho infantil continua roubando o presente e o futuro de milhões de crianças e adolescentes do país".

A gestora defende que, para reverter esse problema, o apoio do Estado é fundamental. O principal fator que leva crianças e jovens de todo o mundo a serem obrigados a trabalhar é a pobreza. Famílias de baixa renda travam uma verdadeira luta diária pela sobrevivência em países cujos governos não dão prioridade a áreas como saúde, educação, moradia, saneamento básico, programas de geração de renda, entre outros. As crianças, assim, são forçadas a assumir responsabilidades em casa ou acabam indo elas mesmas buscar a complementação da renda familiar.

Na opinião da gestora do programa de Combate ao Trabalho Infantil do TST, o Estado deve proporcionar um ambiente em que a criança possa ser verdadeiramente criança, no qual possa brincar, estudar e vivenciar a infância na sua integralidade, sem ser exposta precocemente a situações e cobranças típicas do universo adulto, como as relações de trabalho.

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Fonte do texto e vídeo:

Secretaria de Comunicação Social
Tribunal Superior do Trabalho
Tel. (61) 3043-4907

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