Acabou o perigo de golpe contra a presidenta Dilma?

19/12/2015 17:31

Da Redação

Após o STF abortar as picaretagens de Eduardo Cunha e seu bando na Câmara dos Deputados, sobretudo quanto à tal votação secreta, que visava poupar de vexame os golpistas enrustidos, enormes setores contra a derrubada da presidenta Dilma passaram a divulgar que não há mais o perigo de golpe. Isto pode ser notado desde comentários feitos pelas redes sociais até declarações de experientes quadros petistas. Vários portais progressistas, como o 247 e Diário do Centro do Mundo, também publicaram editoriais nessa mesma linha.

Aliás, essa história de que não há perigo de golpe tem sido bastante recorrente em todo esse processo. Desde o início do ano, todas as vezes que os golpistas sofrem alguma baixa nas ruas ou em instituições como o STF, logo aparece um batalhão de apoiadores do mandato da presidenta para alardear que só resta a Eduardo Cunha e aliados desistir. Às vésperas de o presidente da Câmara acatar o pedido de impeachment, era esse o discurso. Depois veio a adesão de Temer, a prisão de Delcídio... E os anti golpe continuaram a declarar que não há perigo.

Ora, será mesmo que agora os golpistas vão desistir de tentar derrubar a presidenta apenas por que foram derrotados no Supremo Tribunal Federal? Não é o que parece. Tal retórica só serve para desmobilizar e enfraquecer o movimento de quem é contra o golpe.

Em matéria no site da Folha de São Paulo (17.12), Eduardo Cunha e seus aliados anunciam que estudam é "driblar" pontos da decisão do STF, como por exemplo incluir no Regimento Interno da Câmara a possibilidade de criação de chapas avulsas para compor comissões, o que permitiria a deputados contra o governo abrir de fato o processo de cassação. O DEM já entrou com um projeto de resolução nesse sentido.

Cunha também já anunciou que levará o processo para fevereiro de 2016, na volta do recesso parlamentar. Com isto, visa ganhar tempo para articular mais manobras, sobretudo se a impopularidade do governo aumentar por conta da crise econômica.

Ou seja, engana-se quem pensa que os golpistas irão desistir. Eles já foram longe demais para correr no meio do caminho, até porque sabem que a desistência seria a morte política de todos eles.

Ademais, é bom ninguém esquecer também que o golpe não é coisa só da cabeça do Eduardo Cunha. Há interesses internacionais, sobretudo dos EUA, em derrubar Dilma e o PT para instalar no Brasil um governo que possa ser totalmente submisso aos interesses imperialistas. E eles têm muitos dólares para comprar a maioria dos atuais deputados e senadores, cuja política maior é se vender em troca de benesses pessoais.

Os gringos querem de vez a Petrobrás e todas as nossas grandes riquezas, como Banco do Brasil, Caixa.... Com o PSDB, PMDB e DEM no governo, não há dúvidas de que sabem que isto é coisa certa.

Dilma, na prática, na hora do vamos ver só conta mesmo com o voto certo dos parlamentares do PT e PCdoB. Os demais é pura incógnita.

Portanto, antes de cantar vitória antecipada, é preciso não perder de vista que só o povo nas ruas pode derrotar os golpistas. As mobilizações têm que continuar. 

Envie e-mail

by FeedBurner