Alerta: a partir do Paraná, deputados querem pôr mordaça em professores de todo o país

25/10/2015 10:48

Em um país sério, esse deputado já teria no mínimo sido aconselhado a retirar esse seu projeto da assembleia. Isto se não já estivesse atrás das grades. Querer impedir a livre manifestação de ideias dentro de uma sala de aula, em pleno século vinte e um, é crime passível de prisão em qualquer lugar minimamente civilizado

 
Por Renata Albuquerque, Curitiba-PR

O deputado estadual pastor Gilson de Sousa (foto), do PSC do Paraná, protocolou uma proposta arrogante e imunda de projeto que visa, sem rodeios, pôr uma mordaça na boca dos professores da rede pública desse Estado. Na prática, ele quer começar a impor no Paraná uma ideia já existente no Congresso Nacional com esse mesmo fim, também de autoria da chamada bancada "evangélica".

Puniçõe até com demissão para quem desobedecer

Pelo esdrúxulo e anacrônico projeto desse deputado, professores são proibidos de, em sala de aula, falar de política, criticar os políticos, discutir questões de gênero, emitir opiniões próprias que estejam em desacordo com as convicções morais e religiosas dos pais dos alunos, e fazer discussões sem hipocrisia sobre sexualidade. Fica proibido também convidar alunos para passeatas ou manifestações. Quem desobedecer essas ordens do deputado e seus cupinchas pode receber punição, que vai de uma simples advertência a até mesmo demissão.

Na prática, esse projeto fere todos os princípios mais elementares da democracia e do salutar e dialético confronto de ideias que fazem avançar o conhecimento humano. A sala de aula, de forma clássica, sempre cumpriu esse papel de levantar cotidianamente o debate sobre os mais variados temas, com o propósito não apenas de tentar enfiar na cabeça dos alunos um amontoado de assuntos, mas também de levá-los a se posicionar criticamente a respeito dos mesmos.

O que esse deputado quer mesmo é que os estudantes não saibam, por exemplo, e só para citar o Estado do Paraná, que vários parlamentares paranaenses, incluindo esse próprio pastor, vivem criando leis que prejudicam a população. Este ano inclusive, vários tiveram que sair da Assembleia Legislativa no camburão da polícia, porque queriam aprovar na marra projeto contra os interesses dos professores, alunos e da Educação pública num sentido geral.

Em um país sério, esse deputado já teria no mínimo sido aconselhado a retirar esse seu projeto da assembleia. Isto se não já estivesse atrás das grades. Querer impedir a livre manifestação de ideias dentro de uma sala de aula, em pleno século vinte e um, é crime passível de prisão em qualquer lugar minimamente civilizado.

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